Ao que parece, o período eleitoral, a despeito da legislação, já começou em Búzios. Parte desse movimento foi causado pelos últimos acontecimentos que levaram nossa cidade a não saber, durante alguns meses, quem era o prefeito de plantão. O prefeito André e seu vice Henrique Gomes se revezaram no cargo dezenas de vezes, e a impressão que se tinha em alguns momentos, era que qualquer pessoa poderia assumir o cargo de prefeito na cidade. Afora esses acontecimentos, ser prefeito de Búzios é uma tara para algumas pessoas. Gente que se acredita capaz, mesmo sem nunca ter administrado uma quitanda, e outros que sonham com o cargo achando que ele lhes dará prestígio e ascensão social.
Coitados: mal sabem o pepino que é ser prefeito de uma cidade como a nossa. Poucos têm ideia do que seja cuidar de quase nove mil alunos na rede municipal de ensino. Fora as crianças das creches. A saúde pública é outro pepino. Além dos moradores naturais, temos que atender pacientes de cidades vizinhas e turistas em geral. Limpeza pública, manutenção e obras também não são coisas para amadores. Ora direis: mas nem Mirinho nem Toninho tinham experiências administrativas. Verdade! Mas Mirinho além de ter tido a oportunidade de aprender administração pública ao ocupar o cargo de chefe de gabinete durante a gestão do prefeito de Cabo Frio, José Bonifacio, assumiu um município novo com alguns funcionários que já trabalhavam na administração do ex-distrito.
Toninho por sua vez, não tinha experiência administrativa, mas era uma águia política. Se elegeu fácil, mas fez um péssimo governo e acabou perdendo a reeleição para Mirinho. Que por sua vez, voltou ao poder e achava que a cidade ainda era aquela recém-emancipada, e deu com os burros n’água. Foi derrotado por um novato. André venceu a eleição sem ter nenhum traquejo político. A seu favor, apenas a lembrança de sua passagem na secretaria municipal de saúde. Verdade que o pessoal queria mudar. Sair da dicotomia Mirinho/ Toninho e foi André quem mais soube entender esses novos ventos de mudança. André por sua vez, conseguiu a reeleição a duras penas e por seguidas decisões do Judiciário, teve um segundo mandato prejudicado.
Atrás da cadeira do prefeito já temos quase dez nomes na praça. Alguns por lógica política e histórica, como o vice-prefeito Henrique Gomes, o ex-vereador e atual secretário de promoção social Joãozinho Carrilho e o ex-vice prefeito Alexandre Martins. São nomes naturais, por assim dizer. Os postulantes citados neste parágrafo construíram uma sólida carreira política e almejar o cargo de prefeito, é um passo normal. Falta apenas combinar com o eleitorado.
Outros postulantes, e é bom deixar bem claro que todos têm este direito, são mais candidatos do mesmo que outra coisa. Para ser candidato a algum cargo eletivo, principalmente para o Executivo, é de grande importância ser visto como um líder. No entanto, alguns são ainda liderados, com desejos maiores que as próprias probabilidades. A vereadora Gladys, por exemplo, parece que não aprendeu nada com a não eleição do marido – o ex-vereador Evandro, que depois de três mandatos consecutivos, tentou um voo mais alto e todos sabem o que aconteceu. Gladys – que no momento passa por um perrengue ante a Justiça Eleitoral por não ter feito uma correta prestação de contas – acredita que pode ser prefeita no grito. Não percebeu que o povo adora vereador de oposição que grita contra o prefeito, mas que não reelege. Vide as histórias de Adilson da Rasa, Felipe Lopes e Gugu de Nair.
Tolentino Reis se apresenta como uma pessoa com experiência em administração pública, capaz de governar a cidade de maneira profissional. Simpático, bem falante e com respostas para tudo, Tolentino se encaixa naquela categoria do candidato de si mesmo. Talvez ainda não tenha atentado que para formar um grupo político na cidade terá que deixar de lado os predicados acima citados, e correr atrás de grana para financiar prováveis (digo prováveis, pois a chance de perder todos para alguém que pague mais é enorme) apoiadores. No Brasil, cabo eleitoral gosta é de grana. Ideologia para eles é apenas papo furado.
Sargento Leandro, conhecido como Leandro do Bope, é outro que se apresenta candidato a prefeito. Na onda que dominou o discurso político nos últimos anos e levou à eleição de Bolsonaro e Wilson Witzel, Leandro é outro que acredita que a segurança pública será o grande mote eleitoral que o levará à vitória. Óbvio que as falas de Leandro discorrem sobre outros assuntos, mas é a segurança pública sua âncora eleitoral. O perigo é esse assunto chegar desgastado na hora do voto pelos absurdos gerados tanto pelo presidente, com viés nazista, quanto pelo governador psicopata. Leandro pode chegar à eleição com discurso esvaziado.
Joice Costa, vereadora e atual presidente da Câmara de Búzios, também se acha no direito de ser candidata. O vereador Miguel Pereira idem. Os dois no entanto, fazem parte do grupo do atual prefeito, que ao que tudo indica tem uma certa preferência pelo nome de Joãozinho Carrilho. A não ser que saiam do grupo ou algo maior aconteça, não sairão candidatos ao Executivo e seguirão buscado vaga no Legislativo. Tom (quem é Tom?), Shirley Coutinho e Mirinho Braga, não merecem maiores comentários. Tom por ser um total desconhecido, Mirinho por ter se transformado num político que só se apresenta no período eleitoral e nada diz sobre a cidade durante três anos e seis meses, e Shirley Coutinho por acreditar que seu marido, o ex-prefeito Toninho Branco, ainda detenha algum peso eleitoral .
Um último candidato tem causado algum impacto na região da Rasa, Vila Verde e adjacências. Trata-se de Edson Silveira, mais conhecido como Xexeu. Carismático e morador da rua da Madeireira, Xexeu é um líder natural. Olindense de nascença e buziano há mais de 20 anos, Xexeu sempre procurou ajudar todos que conhece, e isso o levou a ser visto como um bom nome para ocupar o cargo de prefeito.
Bem, é isso: diz a legislação que todos que votam podem ser votados. Então, sem preconceitos, vamos analisar bem os nomes e procurar eleger quem poderá fazer o melhor por nossa cidade.
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