As próximas audiências públicas para a revisão do Plano Diretor de Búzios, que não ocorre desde 2006, foram marcadas pela Prefeitura apenas para o fim deste mês, mas o assunto segue sendo tema de debate entre especialistas e estudiosos do tema. Crítica à forma como a pauta vem sendo conduzida pelo poder público municipal, a arquiteta e urbanista Denise Morand demonstra preocupação sobre as mudanças das estratégias de desenvolvimento propostas pelo Plano Diretor vigente e que são baseadas em estudos de especialistas da Fundação Getúlio Vargas.
Em entrevista à Prensa, a especialista defendeu que o mais urgente a ser feito para dar início à revisão é a análise das diretrizes e ferramentas do Plano Diretor que foram implementados com os resultados obtidos pelo monitoramento. Denise Morand acredita que os dados devem ser apresentados para que a população saiba como está crescendo a cidade para que possa participar das decisões sobre o futuro.
“Isto demora um tempo para fazer e temos que começar o quanto antes. Começamos a construir nosso primeiro Plano Diretor em 2003 e a lei foi aprovada em 2006”, observa.
A arquiteta urbanista cita entre as diretrizes estabelecidas o incentivo à ocupação da cidade para a sua porção sudoeste, tendo como eixo a estrada Cabo Frio/Búzios, conjugado com a Estrada da Fazendinha e a do antigo lixão, da Baía Formosa.
“Temos que ligar a Rasa com essa região e criar atrativos para aliviar a (Avenida) José Bento Ribeiro Dantas. O Hospital (Rodolpho Perissé) foi um dos atrativos para puxar o movimento para a região de São José, que é o centro geográfico do município e equidistante de todos os bairros. A rodoviária em São José exerceria o mesmo papel porque atrairia o comércio, os táxis, talvez um estacionamento”, explica.
Denise afirma que as ferramentas previstas para o Plano Diretor são as regras para construir na região que permitam maior área de ocupação. Segundo a especialista, tudo foi estudado por técnicos da Fundação Getúlio Vargas, que concluíram que é preciso conter o crescimento da região da Rasa.
“É colocar rede de esgotos para os moradores que já estão lá e não trazer mais gente para uma região sem infraestrutura. E tudo isso tem que ser muito bem combinado com todos. Um time só ganha o jogo se os jogadores estiverem jogando dentro do que foi combinado. Portanto, o mais urgente é saber quais ferramentas foram usadas, coletar, atualizar e analisar dados, elaborar um primeiro texto e reunir os moradores para informar e ouvir sugestões”, conclui.