Há exatamente um ano, Glaidson Acácio dos Santos, dono da GAS Consultoria Bitcoin, era preso por suspeita de pirâmide financeira. A Operação Kryptos foi conduzida pela Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal. O empresário foi encontrado em uma mansão no condomínio de luxo às margens da Lagoa de Jacarepaguá, na Barra da Tijuca. Os mandados de prisão foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio.
Ex-clientes da empresa GAS protestaram na tarde desta quinta-feira (25) no centro do Rio de Janeiro, em frente à Justiça Federal, em favor da empresa. Desta vez, em um número mais reduzido, comparado às manifestações de apoio anteriores.
Cabo Frio ganhou destaque nacional e tornou-se conhecida como o ‘Novo Egito’. O escritório da GAS funcionava em um prédio comercial próximo ao centro da cidade. Dezenas de clientes que realizaram investimentos passaram a acompanhar aflitos e, ao mesmo tempo, confiantes de que tudo seria resolvido logo, o que não aconteceu. Em um determinado período, foi organizado um protesto no formato de carreata pelas principais ruas e avenidas da parte central da cidade, placas escritas “Nós apoiamos a GAS e ao Glaidson” também eram estendidas na orla da Praia do Forte.
Uma mulher que preferiu não se identificar fez o investimento inicial de valor mais baixo, R$5 mil, no mês em que a operação foi deflagrada. “Eu tenho esperança de recuperar o meu dinheiro. Tenho acompanhado o grupo no telegram desde o ano passado. O meu nome também está na lista dos credores disponibilizado esse mês, como iniciativa para reaver o dinheiro através da justiça”, completou.
Outro investidor de São Pedro da Aldeia, que também era consultor, conversou com a Prensa e afirmou que investia há 2 anos com a empresa, e com isso conseguiu reformar a casa, mas desde o ano passado dorme e acorda pensando na sua situação e na de outras pessoas. “Investi o que estava ao meu alcance e com o retorno mensal, parte eu fazia aporte, outra eu comprava materiais e pagava o pedreiro para a reforma da casa. Tem sido meses bem difíceis pra dormir”, concluiu.
Recentemente, Glaidson lançou a sua candidatura para deputado federal, e ao seu lado, para deputado estadual, Vicente Gadelha. O candidato pelo partido Democracia Cristã (DC) teve a sua candidatura impugnada na terça-feira (23) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), mas ainda cabe recurso. O “Faraó dos Bitcoins” declarou à Justiça Eleitoral um total de R$ 60.450.000,00 em patrimônio.
Além de pirâmide financeira na Região dos Lagos, com promessa de um retorno de até 15% do valor investido pelos clientes, ele é acusado de de vários crimes com organização criminosa, inclusive de ser o líder de um grupo de extermínio e ter ligações com um ex-piloto do narcotraficante Pablo Escobar. Contra ele houve mandado de prisão também por homicídio, tentativa de homicídio e lavagem de dinheiro.