Marcio Veiga é suspeito de integrar organização criminosa que praticava crime ambiental e estava foragido
Se entregou na manhã desta terça-feira (31), na 126ª Delegacia de Polícia de Cabo Frio, o ex-secretário de Ordem Pública de Arraial do Cabo, Marcio Veiga, conhecido como Marcio Galo, que era considerado foragido da justiça desde sexta-feira (27). Ele é suspeito de integrar uma organização criminosa que praticava crime ambiental dentro do Parque Estadual Costa do Sol (PECS).
De acordo com Delegacia de Arraial do Cabo (132ª), unidade responsável pelas investigações e ação da última semana, Marcio se apresentou na delegacia de Cabo Frio acompanhado do advogado, após ter sido descoberto nas adjacências de um escritório de advocacia, naquele município, durante campana realizada pelos policiais civis de Arraial do Cabo. Contra ele, foi cumprido mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. O preso será encaminhado à Unidade Prisional da Polícia Militar (antigo BEP), uma vez que se trata de um policial da reserva.
Marcio Veiga é a sexta pessoa presa na operação Parque Livre. O policial militar, Sandro de Souza Mota; o ex-servidor do município, Marcos Vinicius da Silveira Barbosa; o ex-chefe do Parque Estadual da Costa do Sol, Ranieri Porto; Marcos Alexandre Martins Ozório e Michel Carrir, ambos bombeiros militares, foram levados para prisão ainda na sexta. Continuam foragidos o ex-prefeito de Arraial do Cabo, Renatinho Vianna; o policial militar da reserva e ex-secretário de Meio Ambiente, Márcio Croce; o ex-chefe do Parque Estadual da Costa do Sol, André Luiz Cavalcanti.
A ação realizada pelos agentes das polícias Civil e Militar, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Promotoria de Justiça de Arraial do Cabo investiga 17 pessoas que promoviam loteamentos ilegais em áreas não edificáveis, obtendo vantagem indevida com o parcelamento, venda e exploração do solo áreas ambientalmente são protegidas no Parque Estadual Costa do Sol, no núcleo da APA Massambaba, loteamento Miguel Couto, no distrito de Monte Alto, em Arraial do Cabo.
O grupo investigado pelos agentes da polícia era formado por duas vertentes: integrantes da prefeitura, que ficavam com função de facilitar a aquisição dos terrenos; e de agentes do Instituto Estadual do Ambiente, que se omitiam nas fiscalizações. Segundo o promotor Vinicius Lameira Bernardo investigações começaram em 2017, quando houve um aumento das invasões em Arraial do Cabo.
A prática da organização visava indivíduos humildes em situação de vulnerabilidade e que necessitavam de moradia, oferecendo terrenos ‘baratos’ para a construção de uma casa com fornecimento do chamado ‘kit invasão’, composto por pequena porção de terra, tijolos, telhas e demais materiais de construção para dar celeridade as edificações.