Encontro debateu estratégias para sanar o problema do acúmulo de águas pluviais em bairros como Cem Braças, Capão, Loteamento Pórtico, São José e Tucuns
Uma reunião extraordinária entre representantes do governo municipal de Búzios e o Conselho Municipal de Meio Ambiente definiu novas possibilidades para o esgotamento sanitário e drenagem da água acumulada nos bairros próximos à praia de Tucuns. O encontro debateu os impactos ambientais que o despejo destas águas no mar iriam causar.
A reunião aconteceu nesta sexta-feira (5), e contou com a presença do secretário de Obras, Saneamento e Drenagem (vice-prefeito Miguel Pereira), o secretário de meio ambiente (Evanildo Cardoso), os ex-secretários de meio ambiente (Carlos Muniz e Hamber Carvalho, do promotor de justiça do MPE (Vinícius Lameira), o procurador da república do MPF (Lenadro Mitidieri), e de membros do conselho. Também estavam presentes representantes da Prolagos e vereadores do município.
Os bairros como Cem Braças, Capão, Loteamento Pórtico, São José e Tucuns enfrentam problemas de retenção de águas pluviais que se agravam a cada chuva forte que atinge a cidade. Ao fim da reunião, foi decidido não dar prosseguimento à medida de canalizar estas águas para serem despejadas no mar, visto que afetaria diretamente as condições naturais da praia de Tucuns.
De acordo com Mônica Casarin, uma das representantes do Conselho de Meio Ambiente, para sanar o problema, foram colocadas em pauta duas principais medidas, entre elas, a proposta de implantar uma rede separativa de esgoto nestes bairros e também fazer a drenagem da água por meio de lagoas de contenção.
“A Prolagos disse que para os próximos cinco anos o bairro de Cem Braças estaria contemplado no planejamento deles, mas nós não ficamos satisfeitos só com isso, a gente quer mais. Então a proposta é que daqui a 30 dias faremos novamente uma reunião para que cada participante tenha uma proposição e um planejamento a ser feito”, disse Casarin que também lembrou que a proposta das lagoas de contenção são também uma discussão antiga e citou os projetos existentes dos arquitetos Octávio Raja Gabaglia (Otavinho) e Beto Bloch.
Também representando o conselho, a arquiteta Denise Morand Rocha, contou à Prensa sobre os próximos passos e quais são as melhores maneiras para que as medidas sejam efetuadas.
“Precisamos priorizar a rede de coleta de esgotos que contamina as águas de chuva e causam inúmeras doenças nos moradores. Por outro lado, devemos providenciar os estudos necessários para dimensionamento da(s) lagoa(s) que servirão para armazenar as águas de chuva, livres do esgoto, possibilitando q os detritos q venham trazidos das ruas fiquem no fundo e se por ventura houver necessidade de extravasar, as águas superficiais escoem para o mar, o mais limpas possível.
Outra coisa muito importante é consultar o especialista hidrólogo, fazendo uma parceria com a universidade, para fazer todos os cálculos que vão definir a localização e o tamanho da(s) lagoa(s) e também qual a largura e profundidade do valão de Cem Braças para que possa ser canalizado e até recoberto com aproveitamento desta área para uma ciclovia e área de lazer”.
De acordo com Denise, as próximas medidas irão girar em torno de viabilizar a rede de coleta de esgoto, conversando com a Prolagos para realizar os procedimentos dentro do contrato de concessão. “Antes de pensar em fazer as obras, temos q fazer os melhores projetos”, afirmou.
A reunião foi transmitida pelos canais oficiais do Conselho Municipal de Meio Ambiente, onde está disponível para ser revista.