Pular para o conteúdo
Search

Uma crise que começou em 2015: Educação em Cabo Frio colhe os frutos de Alair e Marquinho

Não é de hoje. Nem de ontem. Vem desde 2015 o histórico de crises na Educação pública municipal de Cabo Frio. A história que começou com os seguidos atrasos de salários na gestão do então prefeito Alair Corrêa segue contando capítulos com a nova crise do governo Adriano Moreno (Rede).

A série histórica começou há quatro anos, quando Alair passou a atrasar os salários dos servidores, gerando dívidas que levaram a cidade ao caos e até hoje estão sendo quitadas em infinitas negociações.

O martírio dos servidores municipais ficou evidente a partir de novembro de 2015, quando a Justiça expediu uma liminar no âmbito de uma Ação Civil Pública proposta pelo Sindicato dos Servidores (Sindicaf) determinando o pagamento dos servidores ativos e inativos em 24 horas, além do pagamento do 13º de todo o funcionalismo até o dia 21 de dezembro. As decisões não foram cumpridas.

O início de 2016 foi repleto de greves de todas as categorias. Em setembro a Justiça determinou bloqueio de bens do prefeito Alair Corrêa e o afastamento dos secretários municipais de Fazenda e de Assistência Social.

Em outubro, nas eleições municipais, Alair sequer concorreu. O ex-prefeito Marquinho Mendes foi reconduzido ao comando da cidade – ele tinha sido prefeito por dois mandatos, nos oito anos anteriores àquele mandato de Alair.

O início do governo Marquinho, em janeiro de 2017, trouxe aparente tranquilidade. A greve, que durava sete meses, foi encerrada após a divulgação de um calendário de pagamento dos atrasados. Mas a partir de junho o calendário foi descumprido e a mobilização voltou. Segundo o Sindicato dos Profissionais da Educação, naquele momento estavam atrasados o mês de maio de 2017 e as duas parcelas do 13º salário de 2015, que deveriam ter sido pagas em março e abril, além do salário de dezembro de 2016. Servidores contratados e os que recebem auxílio doença também aguardavam o pagamento.

No final de 2017, em novembro, a Educação entrou novamente em greve por salários que continuavam atrasados. Segundo o Sepe, a Prefeitura devia o pagamento do salário do mês de novembro, 13º salário de 2015, mudança de níveis, triênio, vale transporte e enquadramento. Naquele ano foram 34 paralisações, todas pelo mesmo motivo: falta de pagamento.

O governo Marquinho prometia colocar a situação novamente nos eixos e cumprir os acordos firmados quando, no início de 2018, o então prefeito teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral. O Tribunal Superior Eleitoral entendeu que Marquinho não poderia ter disputado as eleições de 2016 por estar inelegível na época da votação. Uma nova eleição foi marcada para junho de 2018.

A eleição do ortopedista Adriano Moreno nas eleições suplementares, quando venceu o próprio Marquinho – que entrou na Justiça para poder concorrer – deu novo fôlego de esperança aos funcionários públicos. Adriano havia sido eleito com a promessa de colocar os salários atrasados em dia e priorizar o cumprimento do Plano de Cargos e Salários dos servidores.

Já nos primeiros 10 meses da nova gestão, o prefeito Adriano cumprindo o acordo firmado com o Sindicato dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro – Núcleo Lagos (Sepe Lagos) de realizar os pagamentos na seguinte ordem: Resíduos trabalhistas de aposentados; Resíduos dos contratados referente à isonomia nos meses de abril a julho de 2017; Gratificação à alfabetizadores, que foi cortado pela gestão passada antes da revogação das Leis Municipais nº 2263/2010 e nº 2317/2010.

Realizou o pagamento de dois lotes de resíduos trabalhistas dos servidores aposentados da Educação, que somados chegaram a cerca de R$200 mil. Os processos, sem movimentação desde 2011, começaram a ser solucionados e pagos a partir de negociações da Secretaria de Educação, durante a gestão do prefeito Dr. Adriano Moreno. O primeiro lote foi pago no dia 19 e o segundo no dia 23 de março..

No mês de Abril, iniciou o pagamento do valor aproximado de R$ 300 mil, efetuado aos servidores contratados ativos, beneficiando 1.507 professores contratados em 2017 que ainda não haviam recebido o que estava estabelecido em contrato e aguardavam essa reposição desde então.

Adriano começou a ter problemas com a queda nas receitas no primeiro semestre de 2019. Em maio, a Prefeitura decidiu escalonar o pagamento dos salários: primeiro aposentados e concursados, depois contratados e, por fim, comissionados. O Sindicato dos Profissionais da Educação não aceitou a medida e exigiu que todos os servidores recebessem ao mesmo tempo. Por causa disso, decretou greve.

Foi então que a Secretaria de Educação surpreendeu e divulgou uma nota apoiando a decisão do sindicato. A nota informava que a secretaria iria aderir à paralisação dos servidores.

Na última sexta-feira, após uma reunião com membros do Sepe, o prefeito Adriano Moreno determinou que Cláudio Leitão efetuasse o pagamento escalonado dos servidores. O então secretário se recusou, alegando que o sindicato havia rejeitado a proposta.

A exoneração de Cláudio Leitão e da secretária adjunta Denize Alvarenga foi comunicada na tarde de sexta,após um dia inteiro de telefonemas e negociações, sem sucesso. No comunicado a Prefeitura disse que “o motivo foi a recusa em efetuar o pagamento dos servidores conforme o calendário determinado pelo prefeito Dr. Adriano Moreno”.

Mesmo após o anúncio da exoneração, servidores da Educação chegaram a divulgar uma nota criticando o prefeito e defendendo os ex-gestores da pasta. No fim da tarde a equipe de Comunicação do prefeito assumiu o controle das contas e substituiu a nota da Educação pela nota da Prefeitura. Segundo informações de fontes do Prensa, falou-se, inclusive em processos administrativos contra os servidores que se negaram a fornecer senhas para o início da transição, após a exoneração do secretário e da secretária adjunta.

O último episódio na linha do tempo da Educação de Cabo Frio foi a nomeação, nesta segunda-feira (13), da nova gestora da pasta, professora Márcia Almeida, que fará a transição. Ela é professora de inglês da rede pública municipal e trabalhava na elaboração da folha de pagamento da Secretaria de Educação. Márcia foi anunciada em uma reunião com todos os servidores da pasta que contou com a presença do prefeito Adriano.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

Matérias Relacionadas

Cabo Frio sedia Fórum de Desenvolvimento da Região dos Lagos

Tawa Beach Club promete fim de semana repleto de atrações musicais e gastronômicas

Acúmulo de lixo em Itaipava ameaça saúde pública e economia local

Exposição celebra 200 anos da imigração alemã no Brasil

NOTÍCIAS DE GRAÇA NO SEU CELULAR

A Prensa está sempre se adaptando às novas ferramentas de distribuição do conteúdo produzido pela nossa equipe de reportagem. Você pode receber nossas matérias através da comunidade criada nos canais de mensagens eletrônicas Whatsaap e Telegram. Basta clicar nos links e participar, é rápido e você fica por dentro do que rola na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Receba nossa Newsletter!

Poxa você já está indo? Bem que você, poderia ficar mais um pouco!

Se precisar mesmo ir, não deixe de assinar nossa Newsletter. Todo dia enviamos nossas notícias diretamente no seu e-mail, você fica informado sobre tudo em primeira mão.

Receba nossa Newsletter!

Ahh outra coisa, ao assinar, acesse seu e-mail e confirme que deseja receber nossa newsletter.