Quatro dias de conscientização e homenagens marcam os três anos do assassinato da jovem Rayzza Ribeiro. Desta quinta-feira (23) até o próximo domingo (26), em Cabo Frio, a Semana Rayzza Ribeiro pretende levar às Praças Porto Rocha e São Cristovão o debate sobre violência contra mulher, entre palestras e shows.
Nesta quinta-feira (23), na Praça Porto Rocha, no Centro, ativistas contra a violência vão participar de uma roda de debates sobre o tema. Na sexta-feira (24), em uma cerimônia reservada, a família jogará as cinzas de Rayzza no mar. No sábado (24), peças, poesias e rodas de conversa vão retornar ao tema feminicídio, desta vez no Charitas.E para fechar, no domingo (26), shows de rock na Praça de São Cristóvão. Todos os eventos são gratuitos e abertos ao público em geral.
Um dos organizadores e melhor amigo de Rayzza, Jesiel Anselmet conta que “desde então eu tenho lutado por justiça, é mais que uma homenagem, é um grito por justiça. Exigência por justiça. Além da Rayzza outras mulheres foram assassinadas aqui na Região. Corpos foram encontrados e nenhuma justiça foi feita. Então a gente exige justiça. A Semana Rayzza nada mais é do que um grito por justiça”, explicou emocionado.
Rayzza Ribeiro foi encontrada sem vida após deixar um evento em uma escola ocupada de Cabo Frio, no dia 23 de maio de 2016. De acordo com as investigações, imagens de uma câmera de segurança mostram Rayzza entrando em um carro na madrugada do dia 23. Essa foi a ultima vez que a jovem foi vista com vida. Seu corpo foi encontrado carbonizado e com marcas de violência, na Estrada do Chaparral, São Pedro da Aldeia, no dia seguinte. Até hoje ninguém foi preso e o crime segue sem solução.
O número de casos de agressão contra a mulher no Estado do Rio de Janeiro vem crescendo. Em média, são 379 agressões contra mulheres por dia, segundo números do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Este ano, 22.360 mulheres denunciaram agressões no Estado do Rio de Janeiro. Em janeiro e fevereiro, foram registrados 14 casos de feminicídio. A Justiça decretou mais de 4.736 medidas protetivas de urgência e 123 prisões.