Prefeitura afasta a Secretária de Cultura, Edilúcia Marques, após episódio de discriminação e intolerância com religiões africanas
A prefeitura de São Pedro da Aldeia emitiu uma nota, nesta terça-feira (8), afirmando que a servidora efetiva, Edlúcia Marques, foi afastada do cargo de Secretária Adjunta de Cultura do Município.
De acordo com o órgão, a ação ocorreu após um episódio ocorrido nesta segunda-feira (7), durante uma sessão pública para julgamento das propostas culturais do Prêmio São Pedro da Aldeia Cultura Viva, realizado na Casa de Cultura.
Em resposta à Prensa, a prefeitura afirmou que algumas pessoas participantes se sentiram ofendidas com as falas da servidora em questão, acusando-a então de intolerância religiosa, fato que ainda está sendo apurado.
Durante a avaliação de projetos culturais para repasses da Lei Aldir Blanc, Edilúcia teria afirmado que não reconhecia projetos ligados à religiões de matriz africana como cultura. Uma das frequentadoras de um centro de religião africana, Juliane Carvalho, registrou então uma ocorrência na 125° DP.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Juliane afirmou que após a fala da secretária afastada, a frequentadora respondeu: “A senhora não tem que me reconhecer ou não, a Lei me reconhece”. Na ocasião, um outro parecerista teria exigido que Edilúcia desse uma justificativa plausível para não aprovar o projeto em pauta. Segundo depoimento do vídeo, em resposta ao questionamento, a servidora teria afirmado: “Pode vir, pode mandar a macumba”.
Na nota, a prefeitura acrescenta que repudia qualquer tipo de discriminação, e que se solidariza com todos que se sentiram ofendidos pelo comportamento da servidora. “A gestão reforça que políticas públicas igualitárias devem ser baseadas em princípios de respeito e valorização da diversidade”.
A secretária afastada ainda não se pronunciou nas redes sociais. A Coordenadoria de Comunicação de São Pedro da Aldeia ainda acrescenta que a decisão da Comissão de Editais do Prêmio decidiu anular os votos de Edlúcia. Com a ação, apenas serão válidas as avaliações dos demais pareceristas da seleção, sendo dois representantes do Poder Público e dois integrantes da Sociedade Civil.
A Prensa repudia qualquer tipo de preconceito e discriminação religiosa, de gênero ou racial.