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Rompimento de tubulação de esgoto paralisa trânsito em Búzios e reacende debate sobre mobilidade urbana

Congestionamento expõe atraso de 15 anos em projetos para melhorar a circulação na cidade
Avia

O trânsito em Búzios entrou em colapso na tarde deste domingo (29), após o rompimento de uma tubulação de esgoto na Avenida José Bento Ribeiro Dantas, principal via de acesso do municipio, próximo ao Porto da Barra, em Manguinhos. Desde o início da tarde, longas filas de veículos se formaram, causando lentidão que se estendeu até o Pórtico da cidade. A retenção ocorre em um dos momentos mais movimentados do ano, às vésperas do Réveillon, quando o fluxo de turistas na península atinge o pico. Em apoio a prefeitura, a concessionária Prolagos realizou o reparo da rede de drenagem.

O problema, no entanto, vai além do incidente isolado. A situação expõe uma fragilidade crônica do sistema viário de Búzios, que há pelo menos 15 anos carece de soluções estruturais para desafogar o trânsito. A última tentativa concreta de resolver o impasse foi a chamada Via Azul, idealizada em 2006 durante o governo de Toninho Branco. O projeto, que previa uma via paralela à avenida principal, foi questionado e, posteriormente interrompido na gestão seguinte e apenas um trecho foi concluído.

Planos travados e falta de continuidade

Segundo o arquiteto e urbanista Octavio Raja Gabaglia, autor do projeto da Via Azul, o crescimento desordenado da cidade inviabiliza a retomada do plano original. “A cidade se transformou. O que foi pensado há quase duas décadas não atende mais à nova realidade de Búzios. É preciso uma abordagem mais ampla, que envolva uma nova rodoviária fora da península, rotatórias em pontos críticos e uma legislação que viabilize estacionamentos subterrâneos no centro”, afirma Gabaglia.

Outras iniciativas, como a construção da alça viária – projetada para ligar o bairro Rasa, a partir do Cruzeiro (onde tem a Estátua do Quilombola) à RJ-102 (em frente à entrada da Praia das Caravelas) e reduzir o tráfego na Rasa – também estão paradas. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) obteve decisão judicial que suspendeu as obras, alegando falta de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e divergências com o Plano Diretor.

A proposta desta alça viária foi considerada fundamental para reduzir a sobrecarga na Avenida José Bento Ribeiro Dantas, no entanto, não é o mesmo projeto previsto por Octavio, que sugere que a alça comece ainda no bairro Maria Joaquina, no município de Cabo Frio. “Só assim estaríamos criando uma ‘nova entrada’ para Búzios, tirando o transito pesado de dentro da Rasa e colocando ele em uma via feita para isso e chegando no local onde o Plano Diretor prevê o desenvolvimento administrativo do município, inclusive a rodoviária, evitando o trânsito de veículos grandes na península”.  A intervenção, porém, gerou impasse entre o DER-RJ e a Prefeitura de Búzios. Enquanto parte dos moradores e empresários pressionam pela retomada, outro grupo de moradores junto ao MPRJ questionam um possível impacto ambiental.

Entraves e expectativas

Outro projeto paralisado é a nova estrada que ligaria a Rasa ao bairro São José, evitando que veículos que não estejam indo para o além pórtico precisem dividir o espaço no trecho da Avenida José Bento Ribeiro Dantas do bairro Praia Rasa. A obra, era parte do programa Somando Forças, mas interrompida por uma crise financeira estadual e retomada apenas no ano passado. Apesar da retomada, a intervenção foi novamente suspensa por decisão judicial, frustrando moradores que aguardam melhorias no acesso ao centro de Búzios.

Para o empresário Carlos Werneck, que deu declaração à Prensa no período, morador da Rasa, a demora prejudica o fluxo de entrada na cidade. “Essa via é essencial para evitar que a Rasa se transforme em um gargalo urbano. Precisamos de alternativas para entrada e saída de Búzios, ainda mais com o aumento de moradores na região”, argumenta.

Enquanto as discussões se arrastam, a cidade continua enfrentando colapsos periódicos no trânsito, especialmente em datas festivas e feriados prolongados. A expectativa é que as propostas de acordo entre o DER-RJ e o MPRJ avancem em 2025, destravando as obras que prometem aliviar a sobrecarga na principal via da península.

Noticiário das Caravelas

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