Em Macaé, a convocação para a posse de Magnun Amado à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) no município, esta segunda-feira (16), causou surpresa em muitos. Outro grupo aguardava a posse, sem data marcada, da professora Maria das Graças Gomes Franco, a Graça.
Em setembro, foram realizadas eleições no município, como no restante do país, para a eleição do presidente do partido no dia 8, onde disputavam duas chapas, uma com Magno e outra com Bará, que foi impugnado. Nesta primeira eleição Magnum, que é apoiado pelo ex-vereador Igor Sardinha, teria vencido.
No entanto, o grupo de Bará solicitou a executiva nacional do PT a substituição de seu nome pelo de Graça, o que foi atendido. Contam que, como as novas cédulas não chegaram a tempo, a nacional decidiu que haveria então uma nova eleição no dia 22 do mesmo mês. Este segundo pleito foi boicotado pelo grupo de Magnum e Graça saiu vencedora.
Os apoiadores de Graça ainda afirmam que o grupo político do ex-prefeito de Maricá, Quaquá, está influenciando, através de Igor Sardinha, nas decisões do partido em Macaé, e que, sobre o evento desta segunda-feira, trata-se de uma posse autoproclamada baseada em um documento controverso.
Em nota, assinada por Marcelo Puertas, membro do diretório do partido em Macaé, é lembrada a fidelidade ao PT do grupo opositor nos piores momentos do partido: “(…)nós não saímos do PT em seus momentos mais difíceis (ao contrário de muitos), também não fraquejaremos diante destas novas dificuldades.”. A declaração alfineta Igor, que já se afastou do partido no período em que pesavam acusações a Lula e Dilma, indo para o PRB de Marcelo Crivella. Hoje está de volta ao PT.
Por sua vez, Igor afirma que a posse de Magnum tem legitimidade, e apresenta um ofício da executiva nacional, onde são reconhecidos os votos apurados da eleição do dia 8, e afirma que os opositores à posse desta segunda-feira permanecerão sendo respeitados e ouvidos democraticamente dentro do partido. Sobre as declarações relacionadas a influência do prefeito de Maricá, nega.
Recentemente o único vereador em atuação pelo partido em Macaé, Marcel Silvano, em seu segundo mandato, convocou as lideranças de esquerda da cidade a se unirem em torno de um projeto progressista para as eleições de 2020, visando vencer o conservadorismo e as políticas similares de governos como os de João Dória e Bolsonaro, bem afinados com o grupo político do atual prefeito Aluízio que recentemente se filiou ao PSDB.
Procurado pelo Prensa, Igor Sardinha, que foi citado por Marcel como uma dessas lideranças, declarou que “foi um discurso importante, que tem que causar reflexão em todo mundo”. Mas afirma que que essas reuniões para buscar a união do setor progressista já vem acontecendo há algum tempo. “Essas conversas precisam se acelerar em virtude do calendário eleitoral, e tenho certeza que todos terão responsabilidade com essa questão”, finaliza.
A posse polêmica será realizada no mesmo local das votações, o Museu do Legislativo, localizado na Av. Rui Barbosa, 197 – Centro, às 19h30. O grupo que apoiou e votou em Graça não participará.
“Não vamos à posse, em solidariedade à Graça. Continuaremos condenando as práticas que criem direções biônicas atropelando a democracia interna, mas estaremos abertos a dialogar sobre pautas que fortaleçam o PT e as frentes de esquerda.”, Finaliza Puertas.