O jornalista Gustavo Medeiros, conhecido como Gustavinho, será homenageado na Feira Livre Periurbana de Búzios nesta quinta (14), a partir das 19h, com música, poesia e um pouco de sua história e vida em Búzios, como jornalista e assessor de imprensa.
A homenagem seria realizada nesta quinta-feira (07), mas devido às intensas chuvas da semana não haverá Feira na Ferradura, sendo assim o evento remarcado.
Gustavinho morreu no último dia 20 de janeiro, em sua cidade natal, Petrópolis, depois de sofrer uma complicação cirúrgica, na cidade Petrópolis, sua cidade natal. A homenagem é organizada por amigos e colegas de Gustavinho durante seu tempo em Búzios. O evento tem apoio do Prensa, que leva também, através de seus jornalistas, a saudade e a reverência a esse grande profissional que deixou sua marca na história do balneário.
A também jornalista e amiga, Maria Fernanda Quintela, uma das organizadoras, escreveu um texto para o jornal local, Frente e Verso, declarando sua saudade e amor ao colega. Reproduzimos o texto na íntegra:
Nosso querido Gustavo Henrique de Medeiros, que merda! Onde você foi arranjar essa ideia de morrer aos 55 anos?
Nascido com o jornalismo no sangue, Gustavinho apresentava mais dois defeitos, era botafoguense e workalchoolic. Gostava do work e do alchoolic, como todo bom jornalista.
Nos conhecemos no melhor tempo de Búzios que já vivi, quando a cidade tinha apenas uma câmera, mas em muitas mãos, e um milhão de ideias fervilhando nas telas das salas de jantar dos lares buzianos. Era a TV Búzios em todo o seu esplendor, e Gustavinho estava lá, microfone aberto e a palavra sempre pronta. Estava lá quando a TV encabeçou brigas ecológicas que nos garantem a existência de praias como Azeda e locais como a Ponta da Lagoinha, e estava lá também quando se criou projetos que hoje ainda primariam pela sua atualidade de tema, como o “Consciência Urgente” e “SOS Região dos Lagos”… incrível! Seriam excelentes nomes para atuais planos estratégicos de verão, que nunca vemos ser feitos.
Isso tem 27 anos! Haha… o melhor pôr do sol era no bar da Beth e do Julinho no Canto Esquerdo de Geribá, e o bar mais frequentado era no bazar do Ceceu onde o antigo jornalista esportivo Oscar Eurico, e os pescadores Bambu e Samuca estavam todo final de dia, e Gustavinho entre eles.
Primeiro assessor de imprensa da Prefeitura de Búzios (1997), inventou o setor do zero, e só começou a receber salário depois de alguns meses de serviço, quando Erieldo, motorista do prefeito Mirinho Braga, avisou que Gustavinho ainda não tinha nomeação. Isso é a cara de Búzios.
Usina de ideias, Gustavo sempre foi o homem dos projetos. Todos com Búzios ganhando, e muito, em divulgação, cultura, inclusão social, geração de renda, formação profissional e por aí vamos. Meu amigo deu aulas de jornalismo para estudantes da rede pública na rádio comunitária com Leyla Adriana e mais recentemente, através do SindSol, propôs e produziu uma série de cursos profissionais gratuitos para trabalhadores do setor de turismo.
Seu companheirismo seguiu comigo vida afora e sou grata pelo seu carinho e cuidado também com os projetos meus. Sempre me colocou nos melhores veículos de imprensa com o “Acervo da Imagem e do Som de Armação dos Búzios”, e todos os filmes que lancei. Rápido, um dos mais velozes que já conheci, fazia acontecer.
Por ser uma grande pessoa de estatura bem pequena, Gustavinho sempre viveu entre superlativos. Nos presenteou com a grande figura que é Caio, agora um rapaz de 18 anos, e com a grandeza de seu trabalho, sempre buscando contribuir de alguma forma com algo mais que apenas a notícia.
Abusando de seus extremos, também nos deixou rápido demais. Podia ter ficado mais um pouco… fazia parte do grupo seleto dos que conseguem realmente ficar em Búzios. Já tinha escapado da força do vento leste que de tempos em tempos espalha pra longe quem não merece viver aqui.
Neste fim de história vem do rádio o tom e o único caminho possível,
“a orquestra nos espera, por favor, mais uma vez, recomeçar”… e desta vez sem o Gustavinho. Fui …