Nesta terça-feira (19), faz 40 dias desde o desaparecimento de Pâmela Carvalho e 30 da morte de Leonor Abalsamo
O Movimento de Mulheres Olga Benário da Região dos Lagos, com apoio da Frente Feminista de Búzios, fez um post nas redes sociais nesta terça-feira (19) cobrando respostas das investigações de duas mortes em Búzios que ocorreram em março: Pâmela Carvalho, de 26 anos, e de Leonor Abalsamo, de 59, que completam 40 e 30 dias, respectivamente.
A primeira vítima desapareceu no dia 11 março, depois de sair do trabalho na Rua das Pedras. O corpo foi encontrado na tarde do dia 19 de março na Lagoa da Ferradura, em Búzios. No mesmo dia, Leonor foi encontrada morta dentro de um hostel, no Centro da cidade, vítima de esfaqueamento.
No post a mensagem “Não esqueceremos” deixa claro que as mulheres buzaianas buscam justiça e celeridade das investigações. Além disso, traz dados de mortes o Brasil e uma visão do panorama em Búzios. “Apenas 1 em cada 3 casos de violência contra a mulher são solucionados, representando 37% do total. Em Búzios, a situação é ainda mais grave: além das vítimas serem em sua maioria mulheres negras e moradoras dos bairros periféricos, nenhum dos 6 casos de feminicidio que aconteceram nos últimos anos foi solucionado, ou obteve justiça”, disse um trecho da publicação.
Em outro trecho, o Movimento destaca que as mulheres não aceitam “viver em uma cidade onde a justiça só funciona quando se tratam de crimes envolvendo famílias ricas e envolvidas com a política local, e que os casos de feminicídio contra Pamela e Leonor sejam negligenciados e deixados de lado”.
As duas mortes estão sendo investigados pela Polícia Civil de Búzios e ainda não foi divulgada a linha de investigação, portanto ainda não se pode apontar como feminicídio. A Prensa questionou a instituição para saber o andamento das investigações, mas as únicas informações obtidas são que os casos estão sendo investigados, que testemunhas ouvidas e as câmeras de segurança analisadas.
O Movimento finaliza o texto destacando outros casos na cidade sem resposta. “(…) lutaremos incansavelmente para que as investigações dos casos dos assassinatos de Marilda, Sabrina, Cláudia e Carol sejam retomadas e por uma cidade mais segura para vida das mulheres”.
Projeto de lei de enfrentamento ao feminicídio em discussão no legislativo
Um projeto de lei, de autoria do vereador Gugu de Nair, está tramitando na Câmara Municipal de Búzios e propõe instituir o Programa Municipal de Enfrentamento ao Feminicídio. O PL 36/2022, estabelece treze ações a serem implementadas para o enfrentamento do feminicídio no município e os objetivos do programa.
Conforme o projeto, o enfrentamento ao feminicídio inclui as dimensões de prevenção a toda e qualquer forma de violência contra as mulheres, assistência e garantia dos direitos das mulheres em situação de violência e seus dependentes.
Além de reduzir o número de feminicídios; o programa também tem como objetivo estimular e desenvolver estudos e debates com a sociedade civil e movimentos sociais no âmbito da Secretaria Municipal da Mulher, a fim de propor políticas públicas de combate à discriminação e violência contra as mulheres; produzir dados de violência contra as mulheres e de feminicídio no município; priorizar mulheres em situação de violência como público-alvo em programas, projetos e ações sociais no município. A matéria será analisada na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).
Feminicídio – é o homicídio cometido contra mulheres em decorrência de violência doméstica e familiar ou por discriminação de gênero.
Saiba quais as políticas públicas voltadas para mulheres estão sendo adotadas em Búzios: