Plano de retomada prevê retorno de escolas particulares em março e nas públicas, a partir de maio. Professores se manifestam contra a medida
Profissionais da educação do município de Macaé realizaram um ato público, nessa segunda-feira (22), em frente à Câmara Municipal contra o possível retorno das aulas presenciais nas escolas. Representantes do Sindicato dos Professores de Macaé e Região (Sinpro) se reuniram com faixas e cartazes contra a medida.
O plano de retomada das aulas foi pauta da última sessão da casa legislativa, que além dos vereadores, contou com a presença do prefeito, Welberth Rezende (Cidadania), e representantes das secretarias de Educação e de Saúde, além da Vigilância Sanitária.
O plano prevê liberação para escolas particulares no início de março e, nas públicas, a partir de maio, devido à necessidade de licitação para compra de materiais de prevenção ao Covid-19.
“Estamos abertos às sugestões dos vereadores”, afirmou Welberth. Segundo o prefeito, este deverá ser um retorno gradual que retrocederá caso aumente o número de casos do novo coronavírus na cidade. “Levamos em conta os manuais do Ministério da Saúde, da Fiocruz e do Ministério da Educação”.
Por outro lado, o posicionamento do Sinpro segue levantando a questão da campanha de vacinação, que ainda não tem como público alvo os jovens, adolescentes e crianças em idade escolar. De acordo com o sindicato, o movimento pede para que o retorno aconteça apenas depois que toda a população for vacinada.
“É um dilema ético. Tem a ver com classe, com vidas que valem mais e valem menos. E isso é inadmissível. Quem vai se responsabilizar quando morrer o primeiro estudante e o primeiro professor? Quem vai se responsabilizar quando for detectado que existe causalidade positiva entre mortes, adoecimentos e aberturas de escolas? A resposta é clara: é o Estado que deveria ser responsabilizado porque é ele que tem a prerrogativa de tomar essa decisão.Quem vai se responsabilizar quando morrer o primeiro estudante e o primeiro professor?”, afirma Fernando Cássio, Doutor em ciências e professor da Universidade Federal do ABC.
Em nota, o Sinpro se mostra contra o plano de retorno. “Não há condição de retorno sem a vacinação, visto que os parâmetros para este retorno têm de ser sanitários e epidemiológicos, e não políticos ou mercadológicos. Nesta compreensão, o Sinpro Macaé e Região segue reafirmando seu posicionamento contra a volta às aulas presenciais, acentuando que a preocupação e a defesa pela saúde e segurança de todas e todos é mais importante que qualquer tentativa de retorno das aulas presenciais”.
A sessão da Câmara Municipal pode ser acompanhada na íntegra por meio do link.