Após o recuo para bandeira laranja, em Macaé, sindicatos dos professores respondem a medida de suspensão das aulas presenciais
Após o recuo do município de Macaé para a bandeira laranja no Covidímetro, medidor do grau de contágio do novo coronavírus, o Governo Municipal decidiu suspender a volta das aulas presenciais nas redes pública e particular, discussão que já havia sido levantada pelos professores.
O anúncio foi feito pelo prefeito Welberth Rezende nesta terça-feira (2). Em resposta à medida, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) do núcleo Macaé emitiu uma nota em defesa da preservação da saúde dos alunos e funcionários das unidades escolares.
Confira abaixo a nota do Sepe na íntegra, assinada pelo diretor, Fabiano Emmercik.
“Após a internação da superintendente administrativa da SEMED [Secretaria Municipal de Educação], Geisa Morgado, no Hospital da Unimed com COVID 19, ter realizado atendimento aos pais de alunos durante toda a semana passada e vários funcionários da SEMED apresentarem sintomas e até alguns estarem em quarentena aguardando resultado dos exames, mesmo assim a SEMED não seguiu o protocolo de fechar e não encerrou as atividades, inclusive mantendo as unidades escolares abertas. O Prefeito de Macaé, Weberth, voltou atrás na irresponsável decisão de reabrir as escolas particulares e com isso, 11 creches que retornaram ontem suas atividades foram fechadas após o prefeito anunciar bandeira laranja hoje, alegando aumento das internações em UTI. Inclusive o líder do Governo na Câmara, contesta a todo instante esse covidímetro, pois impõe o fechamento de escolas particulares, setor o qual o vereador e antigo Secretário de Educação tem relação empresarial, ou seja, deixou de ser líder do governo, para brigar por interesses particulares, defendendo o segmento empresarial ao invés da vida dos munícipes, conforme fala na sessão da câmara do dia 02/03/2021.
E com isso, o SEPE reitera mais uma vez que a volta as aulas, não deve ser tratada como uma questão empresarial, deve ser tratada como direito à vida, a preservação da saúde dos profissionais envolvidos, dos alunos e seus familiares. E a volta das aulas em todas as cidades e países aumentaram e muito os casos de pessoas contaminadas”.
A discussão contra o retorno das aulas presenciais tomou uma proporção maior após a internação da superintendente administrativa da Semed, Geisa Morgado, por contágio com o novo coronavírus. O Sepe explicou que Geisa teve contato recente com pais de alunos em razão do auxílio bolsa alimentação.
Sinpro
Outro órgão a se posicionar contra o retorno presencial nas escolas foi o Sindicato dos Professores de Macaé e Região (Sinpro Macaé), que também publicou uma resposta após a medida a Prefeitura.
De acordo com dados do sindicato, a cidade possui 47 escolas privadas; 1293 alunos em creches; 1365 em pré-escolas; 3676 nos anos iniciais; 2413 nos anos finais e 174 alunos especiais.
“O Sindicato avisou. A nós nos parece que o bom-senso não tem prevalecido nas decisões que dizem respeito à pandemia no país, no estado e no município. Outras forças e interesses se sobrepõem ao Direito Essencial da Vida. E ela se torna negociável, com a defesa da economia, do desenvolvimento, da retomada das coisas como se não estivéssemos em plena segunda onda da Covid, com mais de mil mortes diárias há um mês. Nosso cotidiano não vai voltar ao normal agora e, talvez, nunca mais. O importante agora é fazer o que precisa ser feito para preservar vidas.
Vamos ouvir o bom senso enquanto pudermos usar os ouvidos, porque depois, é só o silêncio dos cemitérios. Dignidade para quem ensina! Vidas preservadas, escolas fechadas!”, afirmou a nota do Sinpro.
O último boletim Covid-19, divulgado pela Secretaria de Saúde nesta terça-feira (3), aponta 20.221 casos de coronavírus confirmados desde o início da pandemia, além de 295 mortes pela doença.
As taxas do município são: de ocupação de leitos terapia intensiva SUS Covid-19, 64%; de reprodução do vírus, 1,10; e de letalidade, 1,45%.