Município teve o primeiro caso confirmado após aulas presenciais voltarem no dia 22 de fevereiro.
Búzios teve, nesta segunda-feira (1º), o primeiro caso confirmado de Covid-19 nas escolas após o retorno das aulas presenciais, iniciadas no dia 22 de fevereiro. A Prensa entrou em contato com o Instituto Santa Rosa, escola em que o aluno contaminado estuda, e conversou com o diretor Frederico Santa Rosa, que reforçou estar seguindo todos os protocolos de segurança.
“Pela transparência que prezamos oferecer em nossa instituição, após sermos notificados pelo responsável do aluno, na sexta-feira (26), que o resultado do exame teria sido positivo para Covid-19, relatamos o ocorrido e nossas ações de prevenção aos familiares de todos os alunos que poderiam ter qualquer possibilidade de contato com o caso, como também a Vigilância Sanitária e Secretaria de Saúde”, declarou Frederico.
Segundo o diretor, as aulas estão acontecendo no formato híbrido para o Ensino Médio, Fundamental I e II, além de presencial com redução de carga horária para a Educação Infantil.
Ainda segundo o diretor, a escola dividiu o total de alunos e professores em quatro grupos:
- Grupos 1, 2 e 3 frequentando em dias alternados a escola, com parte dos alunos que optaram pelas aulas on-line em casa. Para melhor atender os estudantes que vão presencialmente, a escola transformou duas salas em uma, retirando a parede que as separava para que o espaçamento fosse maior e proporcionasse um maior distanciamento entre os alunos.
- Grupo 4/ Educação Infantil: Aproximadamente 40 alunos participando de projetos educacionais com o foco na cultura, recreação, ecologia e bons hábitos em tempos de pandemia, no Refúgio Ecológico do ISR (fica em outro endereço, próximo ao DETRAN). Segundo a escola, o espaço tem 3.500 metros quadrados de área verde com total infraestrutura que garante toda a segurança para os alunos.
O diretor também contou que recebeu o relato da mãe do aluno no dia 25. De acordo com o relato, no primeiro dia de aula do estudante, na terça-feira (23), teria ido para a escola sem sintomas respiratórios mas com leves dores de cabeça.
Após esta comunicação o aluno não retornou mais para a escola. Por estarem atuando no formato híbrido, neste dia só estavam presentes na escola os alunos do 9º ao Ens. Médio. Com isso, após a confirmação do caso, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Amaral, disponibilizou os testes rápidos para que nesta quinta (04) todo este grupo de alunos, professores e funcionários possa ser testado.
“Na manhã de segunda-feira (1º), recebemos a visita da Vigilância Sanitária para a averiguação dos fatos e vistoria. Foi constatado que a escola cumpria as normas exigidas, entretanto foi solicitada a interdição do imóvel até que fosse feita a desinfecção total dos espaços utilizados pelos alunos. Situação esta, resolvida no mesmo dia, obtendo assim a possibilidade de reabertura no dia seguinte. A título de prevenção, os alunos do 9º ao Ens. Médio permanecem em casa, com aulas remotas até o resultado dos testes”, explicou o gestor.
Sobre o questionamento se o momento é favorável a volta às aulas presenciais, o diretor deu sua opinião.
“Assim como a Sociedade Brasileira de Pediatria é a favor da volta às aulas em seu último parecer sobre este tema, desde que se cumprindo todos os protocolos, havendo transparência da direção das escolas em informar aos responsáveis dos alunos e, principalmente, para a Vigilância Sanitária sobre como está sendo cumprido o protocolo e possíveis casos positivos, sou totalmente a favor. Entretanto, o ISR cumpre a lei, se for para fechar, fechamos, se for para abrir, abrimos, mas tudo respeitando os Decretos, coisa que muitos estabelecimentos em nossa cidade não cumprem”, afirmou Santa Rosa, que prosseguiu:
“Não posso deixar de questionar a incoerência na campanha para o fechamento das escolas, quando, na verdade, onde mais se pode contaminar, como casas noturnas, festas de casamentos e aniversários, confraternizações, bares, casas de recreação, shoppings, permanecem abertos. A escola foi transparente em informar aos órgãos responsáveis, e esses outros, têm a mesma postura? Quantos milhares de casos já ocorreram dentro desses lugares? Se comparada à realidade e o cuidado que uma escola tem hoje com esses outros lugares, tenho a certeza de que a escola é um lugar muito seguro. Tem como parar o transporte público que vive lotado? Tem como fechar os supermercados e os bancos que fazem filas enormes, todos fechados e sem ventilação natural? A resposta é NÃO! Porque é serviço essencial, não é mesmo? Então, educação também é serviço essencial, por isso, entendo que enquanto tiver algo assim aberto, as escolas também devem permanecer abertas. Neste sentido, apoio totalmente o parecer da SBP quando emite a seguinte nota: “Considerando que as escolas e a educação de crianças e adolescentes devem ser classificadas no âmbito das atividades ditas como essenciais para a sociedade, particularmente se estimados os riscos sociais, psíquicos e de desenvolvimento, no longo tempo de fechamento das instituições de ensino, a SBP enfatiza que nosso foco necessita ser criar condições seguras para o adequado retorno às aulas presenciais’”, finalizou.
Até o momento da publicação desta reportagem, este foi o único caso confirmado de Covid-19 na escola. A Prefeitura de Búzios ainda não se pronunciou sobre o caso.