Mulher está desaparecida após ter caso de maus tratos ao filho de seis anos exposto em redes sociais. A Prensa traz a opinião do Conselheiro Tutelar e Psicóloga sobre o caso
Uma mulher está desaparecida após ter sido exposta nas redes sociais por negligência com o filho de seis anos. O caso aconteceu no bairro Nova Holanda, em Macaé, local dominado pelo tráfico de drogas.
Vídeos e fotos que circularam no Facebook mostram uma casa casa com lixo, sujeira, dejetos e comida estragada. Seria o local onde a mulher, de 24 anos, vivia com o menino. Após a exposição, a mulher teria sido conduzida ao “conselho” do tráfico local, e teve a cabeça raspada.
O delegado titular da 123° DP da Polícia Civil, Evaristo Pontes, relatou à Prensa que o menino está sob responsabilidade do pai. “Não aceitaremos este tipo de postura, seja por parte da mãe, seja por parte dos traficantes. Não admitimos “forças paralelas”. Se confirmando os fatos, todos os responsáveis serão responsabilizados na forma da lei. Quem tiver informações, por favor, peço que contribua com a polícia para o total esclarecimento dos fatos e responsabilização dos envolvidos”, esclarece o delegado.
De acordo com a polícia, o órgão, em parceria com o Conselho Tutelar, está apurando o paradeiro da mãe.
O conselheiro tutelar do município de Búzios, Claudeir Júnior, ressaltou que a situação da pandemia dificulta a identificação deste tipo de maus tratos, uma vez que a criança não está frequentando a escola, e há o distanciamento das visitas de agentes comunitário de saúde.
“Nesse caso, uma das medidas que poderiam ser aplicadas, seria afastar a criança de qualquer risco, garantir a ela o direito fundamental da vida e segurança. A entrega, sob termo de responsabilidade, ao pai, a fim de assegurar a integridade física do menino, foi uma atitude assertiva. Posteriormente, deve-se acompanhar a criança, como medida de orientação e apoio, e requisitar que ele passe por serviços de tratamento médico e psicológico, para que consiga superar o possível trauma. Também deve-se promover o direito da criança de ter convívio familiar e comunitário”.
A psicóloga, Patrícia Rocha, expõe a importância de levar em consideração quais motivos podem ter influenciado para que a situação chegasse ao extremo.
“Não devemos lançar mão da culpabilização. Deve sim haver uma responsabilização, somada à tentativa de compreensão dos pormenores emocionais referentes à situação, uma vez que estamos inseridos em uma norma social. Logo, o oferecimento de uma escuta profissional com um psicólogo é primordial em casos como este. O estado em que a casa foi encontrada e a forma como a criança acaba sendo submetida a situações de falta de cuidado pode revelar alguma espécie de desordem emocional”.
Até esta sexta-feira (28), a mulher ainda está desaparecida. A Polícia Civil e o Conselho Tutelar seguem as investigações.
A Prensa reforça que casos como este devem ser denunciados pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos).