Sindicato se posicionou após referência racista feita pelo Sepe Lagos ao secretário de Educação de Cabo Frio. Órgão descreve o caso como “desserviço”
O caso da referência racista feita pelo Sepe Lagos (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) ao secretário de educação de Cabo Frio, Flávio Guimarães, ganhou mais um desdobramento. A Secretaria de Combate à Discriminação Racial núcleo central do sindicato publicou uma nota afirmando desacordo com o posicionamento do Lagos, que atende as cidades da baixada litorânea.
O Sepe Central ressaltou um “descontentamento com a publicação” feita. Na última semana, o sindicato realizou uma crítica ao governo municipal por meio das redes sociais, e se referiu ao secretário, que é negro, como “capitão do mato” do governo. A expressão levou a sociedade civil a interpretar o termo como sendo racista e preconceituoso, já que figura deste capitão é historicamente conhecida por perseguir, capturar e açoitar os escravos.
“Essa crítica é extremamente equivocada, sem nenhum embasamento acadêmico, além de se apresentar enquanto um desserviço para a luta do movimento negro. Uma vez que vários secretários já ocuparam o cargo da secretaria de educação de Cabo Frio, em sua maioria brancos, e nunca houve nenhuma nota criticando sua postura com adjetivos similares”, comenta o posicionamento do Sepe Central.
O órgão explicou que a nota deveria se direcionar à prática exploratória, ao invés de ser direcionada ao secretário de forma racista, uma vez que a atitude do secretário vem de encontro à exploração capitalista.
O caso também ganhou apoio da Câmara Municipal de Cabo Frio, que publicou uma nota de repúdio ao Sepe Lagos, e também do Movimento Negro Unificado (MNU), núcleo Rio de Janeiro, que se posicionou em defesa de Flávio Guimarães.