Ativista da causa do tratamento com cannabis medicinal, Bia Lula, visitou a Prefeitura de Búzios nesta quinta-feira (11) para conhecer mais sobre o programa pioneiro desenvolvido na cidade. O prefeito Alexandre Martins e o secretário municipal de saúde, Leônidas Heringer, se reuniram com a ativista, que se comprometeu em levar detalhes do programa à ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Durante a reunião, Bia Lula relatou sua própria experiência com o uso do medicamento e pôde conhecer os resultados positivos obtidos no tratamento de enfermidades como Epilepsia Refratária, Transtorno do Espectro Autista e Alzheimer com o uso do canabidiol na rede municipal de saúde. A ativista, que chegou a ter sete crises de epilepsia por dia, contou que, após cinco anos usando a substância sob a supervisão do seu médico, os episódios diminuíram para um por mês.
A coordenadora de Cannabis Medicinal do município, Ana Célia D’ávilla, e a presidente da Associação Brasileira de Acesso à Cannabis Medicinal do Rio de Janeiro (AbraRio), Marilene Esperança, também estavam presentes na reunião. O grupo discutiu a importância de levar esses resultados ao Ministério da Saúde para que o uso do canabidiol seja incluído no SUS em todo o país.
A iniciativa de Búzios foi elogiada pelos presentes e é considerada um exemplo a ser seguido em outras cidades do Brasil. A Prefeitura reafirma seu compromisso com a saúde e o bem-estar dos munícipes e seguirá buscando alternativas terapêuticas inovadoras para melhorar a qualidade de vida da população.
Búzios também é pioneira na luta contra o preconceito
A militância pelo uso da maconha como remédio em Búzios remonta ao ano de 2014, onde a discussão e divulgação do tema foi aberto pelo advogado e ativista Hamber Carvalho, um dos fundadores da Associação Para Uso da Cannabis Medicinal no Município de Armação dos Búzios, em 2017. Essa luta levou a criação da lei municipal que autoriza o uso medicinal do óleo extraído da cannabis. Desde então, a Secretaria Municipal de Saúde tem dado andamento ao programa e tem mantido parcerias com associações para fornecer o medicamento, enquanto aguarda a distribuição pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no município. De acordo com a Prefeitura, com a empresa vencedora da licitação para distribuição do medicamento pelo SUS no município já definida, aguarda-se apenas o cumprimento dos ritos legais para a distribuição do óleo pela rede municipal à paciente na cidade.