10 passeios imperdíveis para fazer em Maricá

[views count='0' print='1']

As longas filas da pobreza e o auxílio brasil 

blank
Wagner Balera é professor titular de Direito Previdenciário e de Direitos Humanos
Note bem! Não foi por erro de grafia que a palavra brasil foi escrita em minúsculo

Por Wagner Balera

Note bem! Não foi por erro de grafia que a palavra brasil foi escrita em minúsculo.

Ainda nestes dias, os jornais noticiam que a fila de famílias à espera do benefício de que carecem desesperadamente atingiu a marca espantosa de 2,8 milhões. Isso mesmo!

O benefício é criado, mas não processado.

Lembra as longas filas formadas às portas da Previdência Social, nas quais se vendiam senhas para o segurado conseguir entrar na fila.

Só um brasil minúsculo seria capaz de tratar desse modo os desamparados, a quem a Constituição Cidadã concedeu assistência social.

Quando será o dia d e a hora h da concessão do benefício? Ou, mais propriamente, em que momento a família receberá a quantia que lhe foi destinada legalmente e que, portanto, não é um favor do Governo.

Todos sabemos que o processamento dessas prestações seria extremamente simplificado se o cadastro oficial da comunidade protegida tivesse sido elaborado para valer. São bem conhecidos e identificados os pobres. Receberam – quase setenta milhões de pessoas – o auxílio emergencial.  Tudo devidamente cadastrado, sem nenhuma dúvida sobre tal fato. É claro, houve fraudes. E as fraudes foram detectadas com consequente saneamento do cadastro.

Ocorre que o Cadastro Único não passa de ficção. Não é único, porque se multiplica como cogumelos. Antes, deve haver o CPF; quiçá o Título de Eleitor (que, agora, não pode ser emitido porque o período eleitoral se avizinha). E assim por diante.

E, do impasse deliberado – e, ao parecer, propositado, do cadastro dos descadastrados – se chega a essa fila paralisada, na qual os que esperam, desesperam.

Falta dinheiro? Não, conquanto o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza tenha sido brutalmente esvaziado.

Falta estrutura? Não, pois os bancos oficiais e a própria Previdência estão acostumados a processar benefícios.

A existência da fila retira a máscara de um estado que se quer moderno; que se pretende perfilado com as maiores economias do mundo (é a quinta, oitava, nona ou décima segunda?) que quer ingressar no clube dos grandes, sem fazer a lição de casa para com os pobres de marré, marré, marré.

Veja-se, a só existência da fila retira a máscara da eficiência com que se querem classificar os programas sociais brasileiros.

Não é irônico que quem cuida (ou, deveria cuidar disso) tenha o nome de Ministério da Cidadania? Que cidadania é essa?

Um ser político que morreu há trinta anos fez para os outros e para si mesmo essa pergunta: que país é esse?

Ah! Há coisas que funcionam. Ainda que de modo estranhável, assim que alguém é aposentado pelo INSS recebe uma oferta de empréstimo consignado. Mas, esta é só uma nota de rodapé.

Como seria bom se esses pobres pudessem se unir numa fila física de muitos quilômetros – a teoria das filas visivelmente poderia explicar as diversas razões pelas quais essa chegou a tanto e, aqui, por brevidade, podemos identificar uma delas: incompetência –  e se colocassem em marcha rumo à Cidadania para, de mãos estendidas, reclamarem em alto e bom som os seus direitos constitucionais, além de trato conforme a dignidade inerente à toda a pessoa humana.

A fila teria mais do que o dobro da extensão que liga o Oiapoque ao Chuí! Respeitada, é claro, a distância regulamentar exigida pelas regras sanitárias do atual estado de pandemia. Todos, devidamente munidos das essenciais máscaras protetoras.

Nas vezes em que já se comentou a problemática das filas, algo frequente nos programas sociais, e, dentre eles aqueles que colocam em risco o bem maior – a vida – do cidadão, como são as filas de transplantes, constatava-se a perene permanência de um Estado cujas engrenagens apresentam-se com aquilo que as escrituras denominam “a lepra das estruturas” quase como um mecanismo defeituoso que sempre, e em todo o lugar, opera na sistemática exclusão dos mais pobres.

E se os sistemas informáticos estivessem ligados e interligados de modo pleno? E se equipes especiais, formadas por snipers do bem que, com precisos movimentos, trabalhassem dia e noite para a imediata outorga dos benefícios em prol das milhões de famílias que clamam por auxílio?

É evidente que falta articulação aos programas sociais, a começar pela já indicada e precária configuração dos bancos de dados.

O verdadeiro cadastro único, quer seja o CPF com nome modificado para CPH, cadastro da pessoa humana; quer seja qualquer outro, como o social security card dos americanos; também pode surgir de um mutirão semelhante àqueles que a finada LBA realizada periodicamente para lançar no registro civil os milhares de nascidos não registrados.

O antigo computador central da Dataprev tinha o apelido de “burrão”. Hoje, a memória do burrão não comportaria todos os dados dos pobres – mais de trinta milhões, segundo os recentes registros – mas os mesmos pressupostos de cadastramento, elementares, seguem servindo para essa utilidade essencial.

Qualquer agência do Correio, qualquer casa lotérica, qualquer loja de departamentos, poderia ser chamada a alimentar o cadastro único, com os devidos cuidados de proteção de dados.

Eis o que falta para o brasil ganhar a letra maiúscula: que se levante do eterno berço esplêndido e marche junto com os milhões de desamparados rumo a um futuro melhor.

Wagner Balera é professor titular de Direito Previdenciário e de Direitos Humanos na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Livre-Docente em Direitos Humanos, Doutor em Direito  área de Direitos Humanos e Sócio fundador e titular do escritório Balera, Berbel  & Mitne Advogados. 

Mais Lidas

blank

‘Morte Materna Zero’ é tema de treinamento em Búzios

[views count="1" print="0"]
blank

Verão Búzios começa com shows de Carol Biazin e Sandra de Sá no Fishbone

[views count="1" print="0"]
blank

Maricá terá 19 palcos em diversos pontos de folia no Carnaval

[views count="1" print="0"]
blank

A maré tá boa pro Sapato, brother arremata ‘Poder Curinga’ da semana

[views count="1" print="0"]
blank

Procon de Cabo Frio fiscaliza cobrança de consumação mínima na Praia do Peró

[views count="1" print="0"]
blank

Ricardo Alface vence a prova do anjo e entrega monstro aos brothers Gabriel Santana e Domitila

[views count="1" print="0"]

BBB 24

blank
FINAL BBB 24

Davi é o vencedor do reality

blank
FINAL BBB 24

Davi é o vencedor do reality

blank
BBB 24

Alane é a 21ª eliminada do reality

blank
BBB 24

Alane é a 21ª eliminada do reality

blank
BBB 24

Beatriz é a 20ª eliminada do reality

blank
BBB 24

Beatriz é a 20ª eliminada do reality

blank
BBB 24

Beatriz, Davi e Isabelle formam a 20ª berlinda

blank
BBB 24

Beatriz, Davi e Isabelle formam a 20ª berlinda

blank
BBB 24

Matteus é o novo Líder do BBB 24

blank
BBB 24

Matteus é o novo Líder do BBB 24

blank
BBB 24

Lucas Henrique é o 19º eliminado do reality

blank
BBB 24

Lucas Henrique é o 19º eliminado do reality

Últimas Notícias

Luau de Outono no Tawa Beach Clube: Seu Cuca e OUTROEU embalam o fim de semana em Búzios

Luau de Outono no Tawa Beach Clube: Seu Cuca e OUTROEU embalam o fim de semana em Búzios

Búzios recebe Campeonato Estatual de Motocross e Supercross com show do cantor Di Ferrero

Búzios recebe Campeonato Estatual de Motocross e Supercross com show do cantor Di Ferrero

Praça Tia Uia em Búzios recebe circuito de skate ‘UFF nas Cidades’ neste fim de semana

Praça Tia Uia em Búzios recebe circuito de skate ‘UFF nas Cidades’ neste fim de semana

Búzios atua na recuperação da restinga na Praia da Tartaruga

Búzios atua na recuperação da restinga na Praia da Tartaruga

Vereador Dom indica o nome do arquiteto Octavio Raja Gabaglia para nomear ponte em Búzios

Vereador Dom indica o nome do arquiteto Octavio Raja Gabaglia para nomear ponte em Búzios

Campanha Sob Pressão tem início no HemoRio e ajuda a arrecadar 166 bolsas de sangue

Campanha Sob Pressão tem início no HemoRio e ajuda a arrecadar 166 bolsas de sangue

Veja também

Rolar para cima