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Cidades

Após mortes e denúncias, população faz protesto em frente ao Hospital da Mulher

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Populares de Cabo Frio realizaram um protesto, nessa última quinta-feira (24), em frente ao Hospital Municipal da Mulher, no bairro do Braga. Na última semana, dois bebês morreram na unidade, que repercutiu em toda a Região, e que foi o estopim para o ato. Além de ter gerado diversas novas denúncias.

Organizado pelo PSol Cabo Frio, a mobilização teve a presença de diversas famílias que enfrentaram problemas na unidade e que cobram soluções definitivas e transparentes por parte do governo municipal. Lembrando a nota que o poder público divulgou após os ocorridos na última semana, gerou revolta dos pais que foram afetados.

Confira o trecho: “os recentes óbitos de nascituros entre 1º de Janeiro de 2019 até a presente data, ocorreram por diversos fatores: ausência de pré-natal, doenças sexualmente transmissíveis contraídas pelas genitoras e ao consumo de substâncias entorpecentes” – diz parte do texto que não foi bem recebido pela população.

O pai, Anderson Rodrigues, que perdeu o filho Thiago, rebate a resposta. “Não concordo com isso. A gente não usa droga, não tem doença transmissível, nada disso. Fizemos o pré-natal todo certinho, foram sete consultas e estava tudo bem com o bebê. A gente se sente mal por passar por tudo isso e ainda estarem acusando a gente”, disse.

Gilmara, uma das mães, de um dos bebês que morreram na unidade estavam presentes no protesto, e não escondeu a revolta com o descaso sofrido no Hospital. “O Hospital quis tirar os deles da reta, para culpar a própria mãe, que matou o próprio filho. É isso que eles querem, tirar os dele da reta. O sentimento é horrível, vejo muitas mães com a criança e eu sem”, disse em entrevista ao RC24h.

A Carol Werkhaizer, coordenadora do Setorial Mulher do PSol Cabo Frio, desabafou sobre a situação. “É muito complicado quando o hospital culpa às mães, as apontando como portadoras de doenças sexualmente transmissíveis, usuárias de drogas, e também falando que elas não fizeram acompanhamento pré-natal. Algumas dessas mães trouxeram para gente os relatos, e as provas que elas realmente fizeram seus acompanhamentos. Então a gente quer saber do Hospital da Mulher: quantos mais vão ter que morrer? A culpa é do hospital, e não das mulheres. Faltam insumos, fala médico e falta gestão competente”, falou.

Entenda

Na última quinta-feira (17), a morte de dois bebês no Hospital da Mulher fez a unidade de saúde a receber fortes críticas. Em relato, concedido à coordenadora do setorial de mulheres do PSol (Partido Socialismo e Liberdade) da Região dos Lagos, e publicada originalmente em uma rede social, uma das mães, Gilmara Rocha, fala sobre o atendimento oferecido à ela e ao bebê durante passagem pela unidade.

Segundo o relato, Gilmara teria chegado ao Hospital com muitas dores, na terça-feira (15), e teria recebido medicação intravenosa, que se estendeu até o dia seguinte, quando uma médica  teria constatado que o feto estava com os batimentos cardíacos normais, suspendendo a medicação. Na quinta-feira (17), uma nova ausculta não acusou batimentos, e só então a médica teria realizado ultrassom, constatando a morte do feto.

Em dezembro de 2018, uma moradora de Cabo Frio foi até o gabinete do vereador Rafael Peçanha (PDT) para fazer uma denúncia sobre as condições do Hospital da Mulher, que fica no bairro Braga, em Cabo Frio. Thyanne Teles foi acompanhante de uma gestante que deu entrada no hospital com febre e segundo a Thyanne, não foram pedidos exames com urgência, e os resultados chegaram 24 horas depois.

Neste período houve um sangramento, onde, ainda de acordo com a acompanhante, a grávida avisou aos médicos, que disseram ser apenas estresse. A gestante estava com 15 semanas e 24 horas depois foi confirmado que ela havia sofrido um aborto.

De acordo com a Thyanne, no café da manhã foi entregue uma garrafa pet com o feto dentro. “O chão e lençóis sujos. Macas enferrujadas. Feto entregue morto, numa garrafa pet, junto com o café da manhã. Descaso. Esse é o cenário de abandono do Hospital que deveria estar gerando e salvando vidas”, disse.

Carol, coordenadora do Setorial de Mulheres, disse que o aumento no número de relatos de mortes na unidade de saúde mostra o quão grave é a realidade por que estão passando as mulheres que chegam lá para serem atendidas. Uma ouvidoria também está sendo estruturada. “Estamos coletando as denúncias das mães que passaram por violência obstétrica, que perderam seus bebês. E não é só o óbito em si, o óbito é o ápice da situação. Para que ele aconteça, na frequência em que ele acontece, é porque muitas violações antes dele aconteceram também”, comenta Carol.

Há algumas semanas, o vereador Rafael Peçanha (PDT) protocolou um ofício na Secretaria de Saúde cobrando explicações sobre as mortes na unidade do Braga e no Hospital do Jardim Esperança, além da falta de material e da demora de 24 horas em atendimentos. Com o intuito de criar um relatório sobre o caso, Rafael disponibilizou o seu número de telefone celular.

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