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Parceria em Florianópolis emprega pessoas em situação de rua

Parceria em Florianópolis emprega pessoas em situação de rua
Parceria em Florianópolis emprega pessoas em situação de rua

Uma iniciativa inédita entre iniciativa privada, gestão pública e organizações sociais está propondo uma nova forma de enfrentar a problemática de pessoas em situação de rua em Florianópolis. Lançado em outubro, o projeto “Aliança por Floripa” combina emprego formal, suporte integrado e acompanhamento contínuo, e já inseriu 16 pessoas no mercado de trabalho em apenas dois meses.

Criada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF) e o Conseg Centro, em parceria com a Prefeitura, a Aliança emprega beneficiários em atividades de limpeza e manutenção urbana. A estratégia aposta em oferecer uma rota estruturada de saída das ruas, reduzir pontos de degradação e fortalecer a segurança social e urbana da região central.

Um dos personagens é Vanderlei Santiago, de 52 anos, que viveu mais de dez anos entre calçadas, terminais e marquises da cidade. “A rua é mais viciante do que as drogas”, afirma. “Você tem liberdade total. Não deve satisfação. Não decepciona ninguém… Mas o preço é alto demais.”

A história de Vanderlei reflete um processo que cresce no Brasil: a dificuldade de romper com a rua. Em outubro de 2025, 358 mil brasileiros viviam em situação de vulnerabilidade extrema, segundo o OBPopRua/UFMG, muitos presos a ciclos que envolvem rupturas familiares, dependência química, perda de vínculos e barreiras de acesso ao trabalho. Os dados reforçam a necessidade de respostas construídas entre diferentes setores.

Uma resposta construída a muitas mãos

Os primeiros resultados mostram avanço no processo: 16 trabalhadores já foram contratados, 14 zeladores, que atuam na limpeza e reparos de espaços públicos, e 2 educadores comunitários.

Eles são acompanhados por equipes do município, desde a avaliação de perfil até o suporte cotidiano nas novas relações de trabalho. “Os contratados recebem salário-base de R$ 2.200, além de todos os direitos trabalhistas. A proposta não é assistencialismo, mas inclusão produtiva com condições reais de permanência”, afirma a coordenação.

Depois de anos rejeitando acolhimento, Vanderlei cedeu às abordagens do programa municipal Rumo Certo, passou pela Passarela da Cidadania, trabalhou como voluntário, enfrentou recaídas e retornos à rua. Hoje, empregado pela Aliança, fala em esperança pela primeira vez em muito tempo. Aguarda a prótese dentária que conseguiu pelo projeto: “Quero voltar a sorrir com dentes e propósito”, diz, emocionado. “Eu vi aquele lugar se transformar. Hoje eu quero minha casa, minha vida de volta. E, pela primeira vez, sinto que é possível.”

Outra trajetória que revela a complexidade do processo é a de Cleiton Cardoso Dandoline, 34, natural de Turvo (SC). Proprietário de um pequeno negócio de higienização, chegou a Florianópolis com carro próprio e equipamentos, mas perdeu tudo após uma combinação de burocracias, furtos, vulnerabilidade e dependência química. “Minha vida virou um livro aberto de fracasso atrás de fracasso”, relata.

A virada começou há 60 dias, quando ingressou no Rumo Certo e, posteriormente, na Aliança, sendo contratado como zelador. “O trabalho mudou tudo. Antes eu era invisível. Hoje recebo até bom dia de quem passa por mim. Mudou a energia do ambiente e mudou a minha”. Cleiton agora se prepara para retomar os estudos e planeja economizar para reabrir seu negócio.

Novas abordagens

A iniciativa funciona por meio da articulação entre setores que raramente atuam juntos: empresas oferecendo oportunidades, Poder Público garantindo estrutura e organizações sociais conduzindo o acompanhamento técnico. “Ao trocarmos a moeda da caridade pela moeda da oportunidade, transformamos um ciclo de dependência em um ciclo de autonomia e pertencimento. A articulação da Aliança reforça que os problemas da cidade são responsabilidade de todos nós”, afirma Eduardo Koerich, presidente da CDL Florianópolis.

O projeto é mantido por empresas parceiras e doações. A população é convidada a substituir a esmola por contribuições que financiam contratação, remuneração e acompanhamento dos trabalhadores. As doações e informações estão disponíveis no site da Aliança por Floripa.

Ao mesmo tempo, a estratégia defende que inclusão produtiva é política pública baseada em evidências. “Este é um convite para que as empresas invistam no capital humano da cidade. Ao contratar alguém que estava em situação de rua, a empresa ganha um profissional comprometido e contribui para a segurança e para o desenvolvimento social”, afirma Célio Bernardi, presidente da ACIF.

Para ele, o processo exige suporte técnico contínuo: mediação de conflitos, acompanhamento psicossocial e formação permanente. “É preciso sustentar o processo para que essas pessoas mantenham seus empregos, projetem o futuro e reconstruam sua autonomia.”

A trajetória de Cleiton sintetiza esse esforço. Quando perguntado sobre o futuro, responde: “Quero voltar a ter uma casa. Quero sorrir. Quero viver de verdade.” Seu desejo, e o caminho coletivo que o sustenta, mostra por que a experiência de Florianópolis já desperta interesse em outras cidades.

Octavio Raja gabaglia

Octavio Raja Gabaglia, o carismático Otavinho, é um nome que ressoa nas praias, encostas e telhados de Búzios. Esse arquiteto genial, conhecido pelo bom papo e pela mente afiada, conseguiu, com engenhosidade, domar os ventos, convidar a luz do sol para habitar as casas com gentileza, além de convencer a paisagem exuberante a fazer parte de sua obra.

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