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Estudo aponta dados das condições de pessoas na Cracolândia

Estudo aponta dados das condições de pessoas na Cracolândia
Estudo aponta dados das condições de pessoas na Cracolândia

Em estudo divulgado, com nome Cracolândia pelos usuários, e publicado pelo Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getulio Vargas (NEB/FGV), o Centro de Estudos da Metrópole da Universidade de São Paulo (CEM/USP) e também o Grupo de Estudos (in)disciplinares do Corpo e do Território (Cóccix), foi apontado que a maioria das pessoas entrevistadas que vivem em situação de rua são homens negros (cis e trans), representando 66% da amostra. Em seguida, estão as mulheres negras (16%) e os homens brancos (14%). O levantamento também identificou a presença de duas mulheres brancas, um homem indígena e um homem amarelo. Todas as pessoas transexuais entrevistadas eram negras, sendo três mulheres e um homem.

Conforme os dados divulgados, 81% dos participantes se identificaram como homens cisgêneros, enquanto 14% se declararam mulheres cisgêneros. Em relação à cor ou raça, 81% afirmaram ser negros, enquanto 16% se declararam brancos. Além disso, a autodeclaração de negritude apresentou variações, incluindo termos como pretos, pardos e morenos, refletindo diferentes formas de identificação racial entre os entrevistados, de acordo com a publicação.

No que diz respeito à faixa etária, o estudo apontou que 78% dos respondentes têm entre 30 e 49 anos, demonstrando uma predominância de adultos na amostra. Além disso, 13% possuem entre 20 e 29 anos, enquanto apenas quatro participantes relataram estar na faixa dos 50 anos. O estudo também identificou duas pessoas com idade entre 18 e 19 anos e uma com mais de 60 anos. Duas pessoas optaram por não divulgar sua idade.

Em termos de escolaridade, o levantamento revelou que 38% dos entrevistados concluíram até o ensino médio, sendo que quatro deles também obtiveram diploma de curso superior. Já 62% dos entrevistados apresentaram níveis de escolaridade mais baixos, distribuídos entre aqueles que completaram o ensino fundamental I (28%) ou o ensino fundamental II (26%). Outros 8% relataram não terem estudado ou não terem concluído o ensino fundamental I, conforme divulgado no relatório.

O estudo também analisou a condição de moradia dos participantes, revelando que 96% deles se consideram em situação de rua. No entanto, nem todos dormem nas calçadas. Cerca de 69% relataram dormir efetivamente na rua, enquanto 16% afirmaram dormir em outros locais, como pensões ou centros de acolhida. A publicação também apontou que, outros 16% dos entrevistados não informaram onde passam as noites, mas declararam viver em situação de rua.

Sobre o assunto, Miler Nunes Soares, médico psiquiatra e responsável pela Clínica de Recuperação de Drogas Granjimmy, afirmou que o estudo reforça a complexidade da realidade enfrentada por pessoas em situação de rua, especialmente no que se refere ao perfil sociodemográfico e às condições de moradia desses indivíduos. Miler continuou dizendo que como especialista em tratamento para dependência química, é fundamental observar como esses dados influenciam a formulação de políticas públicas voltadas à reabilitação e reinserção social. “Programas de reabilitação precisam ser planejados para atender às especificidades desse público, garantindo acolhimento adequado e estratégias que promovam autonomia e estabilidade”.

Outro aspecto abordado pelo estudo foi o tempo de permanência na rua e na região da Cracolândia. De acordo com os dados, a maioria das pessoas entrevistadas vive em situação de rua há entre 5 e 10 anos (36%). Já 21% afirmaram estar nessa condição há 11 a 20 anos, enquanto 14% declararam viver nas ruas há mais de duas décadas. No que se refere à presença na Cracolândia, 40% dos entrevistados frequentam a região há 5 a 10 anos, e 20% afirmaram estar lá entre 1 e 4 anos.

Perguntado sobre o estudo, Miler Nunes disse que é crucial que os centros de tratamento ampliem sua atuação, indo além do acolhimento emergencial e oferecendo suporte multidisciplinar que contemple saúde mental, capacitação profissional e encaminhamentos habitacionais, como acontece na unidade da Clínica de Recuperação em Mato Grosso. “A pesquisa traz um panorama importante para nortear políticas públicas e iniciativas privadas que busquem soluções efetivas para o tratamento da dependência química”.

Noticiário das Caravelas

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