Polícia Federal e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realizaram nesta sexta-feira (12) uma nova fase da Operação Cardiopatas, que investiga um esquema de fraudes na Previdência, em Campos dos Goytacazes e São João da Barra, Norte Fluminense. A polícia busca cumprir dois mandados de prisão, e cinco de busca e apreensão.
Segundo a investigação, o prejuízo ao INSS chega a R$ 4,3 milhões e a quadrilha começou a atuar em 2010. A OAB acompanha o trabalho dos policiais, porque advogados estariam envolvidos no esquema. A operação foi deflagrada no dia 8 de dezembro de 2017 quando 13 suspeitos foram presos.
“É um desbobramento com base nos dados coletados na primeira fase da operação. A partir do que descobrimos em dezembro foram expedidos novos mandados de prisão”, informou o delegado Vinícius Venturini, que coordena a operação.
A quadrilha recrutava pessoas saudáveis que apresentavam os exames de uma senhora doente à perícia, como se fossem delas. Servidores do INSS, incluindo médicos peritos, que participavam do golpe, aprovavam os exames e autorizavam o auxílio-doença.
Além de médicos peritos e médicos particulares, também são investigados técnicos do Seguro Social, agenciadores de benefícios e clientes da organização criminosa. De acordo com a PF, foram comprovadas fraudes em 34 benefícios por incapacidade, entre auxílios-doença e aposentadoria por invalidez.
Segundo a Polícia Federal, os investigados responderão pelos crimes de pertencimento à organização criminosa, estelionato previdenciário e corrupção ativa.
O golpe foi descoberto por uma médica perita que desconfiou do mesmo tipo de doença cardíaca em vários pacientes que pediam o auxílio-doença. A fraude também era aplicada por pessoas que fingiam ter problemas ortopédicos.
Na primeira fase, em dezembro, a Operação Cardiopatas ainda cumpriu 12 mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária, 15 de busca e apreensão e 20 de condução coercitiva nos municípios de Campos, São João da Barra, Italva e Casimiro de Abreu.
Os suspeitos que foram presos ganharam a liberdade após o fim do prazo da prisão temporária. Além destes, dois dos três médicos peritos que tiveram a prisão preventiva decretada conseguiram o habeas corpus.
Na época, os pacientes que tinham perícias agendadas com os médicos presos na operação foram remanejados e passaram pelo procedimentos com outros profissionais.