País de alunos e integrantes da comunidade escolar de Armação do Búzios vão se reunir, nesta terça-feira (4), a partir das 18h, na Câmara Municipal, para debater durante uma assembleia a violência nas escolas do município. A preocupação ganhou corpo nos últimos dias, após ameaças feitas por um aluno a colegas da Escola Municipal Nicomedes Teotônio Vieira, em Manguinhos. O caso assustou ainda mais na esteira do barril de pólvora, que resultou na morte de uma professora de 71 anos, esfaqueada por um estudante em uma escola da Zona Oeste de São Paulo, na semana passada.
Não queremos uma intervenção militar ou da polícia. Queremos falar de amor, de compreensão, de união, de ente dimensões e de poder superar as diferenças. Colocar guardas na porta das escolas não é a solução”,
Belen Bigorra
O objetivo do encontro é debater soluções para os problemas psicoemocionais dos estudantes, que podem resultar em ações violentas, como bullying, racismo e outras formas de preconceito. São aguardados representantes da Secretaria Municipal de Educação, do Conselho Municipal de Educação, do Poder Legislativo e do Conselho Tutelar.
“Essa assembleia é a primeira de outras que virão. É um tema complexo, que dói. E tanto o Governo como a sociedade estão leigos no assunto. Então temos que procurar o caminho certo e as pessoas certas que possam colaborar e ajudar realmente na modificação que a gente precisa. É nós precisamos modificar, de raiz, muitas coisas. Essa aqui é a ponta do iceberg”, disse Belen Maria Baigorria, uma das lideranças e articuladoras do movimento de pais, reúne dezenas de responsáveis em um grupo de WhatsApp para trará dos assuntos da Educação no município.
O prefeito Alexandre Martins (Republicanos) esteve no Nicomedes nesta segunda-feira (3), na companhia do secretário de Educação, Rodrigo Ramalho, e da Guarda Municipal. O encontro foi registrado e veiculado nas suas redes sociais. Segundo ele, foram discutidas medidas de prevenção e protocolos de segurança nas unidades educacionais da cidade.
Pedi para reunir com o Conselho Escolar, que formamos desde que entramos, para saber a opinião deles.
Alexandre Martins
O prefeito também falou sobre o assunto em entrevista à Prensa, publicada nesta segunda-feira (3). Alexandre afirma que casos como o do aluno do Nicomedes requerem acompanhamento psicológico do poder público, no entanto, afirmou que a segurança das escolas será reforçada.
“Pedi que desse uma atenção a esse caso, já coloquei essa equipe da Guarda Municipal e da PM (Proeis) à disposição dos diretores. Já vi algumas situações que vale a pena, é ir para o extremo. Me mandaram o vídeo de uma porta giratória eletrônica com sensor, por conta de arma e de faca, e se tiver que fazer a gente vai fazer. Pedi para reunir com o Conselho Escolar, que formamos desde que entramos, para saber a opinião deles. Estamos atentos a isso. De cara, é dar acolhimento à família, a esse adolescente, porque às vezes tem um problema ali, negligência e acontece um problema pior. Esse é um problema que não acontece de uma hora para outra”, declarou.
A representante dos pais de alunos criticou a forma de agir do Governo Municipal. Para Belen Baigorria, o momento é de diálogo para transformação da realidade dos alunos.
“Não queremos uma intervenção militar ou da polícia. Queremos falar de amor, de compreensão, de união, de ente dimensões e de poder superar as diferenças. Colocar guardas na porta das escolas não é a solução”, entende Belen.