A situação crítica que já envolve a muito tempo o transporte público de Macaé, e somado a indignação publica que depois que uma estrutura metálica do Terminal Rodoviário Central caiu no dia (15) sobre uma mulher que sofreu algumas escoriações, está levando o vereador Marcel Silvano (PT), apoiado pelos vereadores da oposição, a desengavetar em 2019 o pedido de Comissão Parlamentar de Investigação (CPI), de sua autoria, e recolher assinaturas para que esta seja votada e instaurada.
Esse requerimento foi posto de lado em 2013 e desde então a concessionária Sistema Integrado de Transporte (SIT), teve o final de contrato prolongado de 2015, para 2025. Uma situação no mínimo curiosa já que o serviço da empresa é o principal alvo de grandes reclamações por inúmeros moradores da cidade.
Para o vereador, há em Macaé um entendimento geral que o transporte público é uma das políticas públicas que possui menor relação de transparência e confiança social sobre o que acontece.
“É precário a situação dos terminais; principalmente o Lagomar, o Central e o Cehab, que recebem muita gente e estão com a estrutura péssima, precisando de acompanhamento. Tem a questão do transporte e da qualidade desse serviço prestado a população e também a relação concessionária e governo municipal”, explica Marcel.
Essa é uma questão que o parlamentar aponta com mais minúcia. Segundo Silvano ficou muito mal explicado a situação do atual governo de Macaé que prometeu romper o monopólio dos transportes e, em 2016, prolongou esse contrato até 2025. Ou seja, vai completar 20 anos que essa empresa faz a exploração do município e não há mudanças nesse poderio.
“Há 20 anos não há mudanças e o munícipe continua dependendo da empresa para ver o que é correto, o que deve ser feito, nos horários, linhas de ônibus, reparos e tantas outras coisas. Os fiscais não têm estrutura para fazer seu trabalho, os motoristas fazem dupla jornada e o governo simplesmente lava as mãos”, afirma.
Porém, com uma CPI dos Transportes seria possível analisar a ‘caixa preta’ do serviço de transporte macaense e colocar de forma transparente os lucros e custos da empresa; o governo deixar mais claro como é feito a conta do subsídio da passagem; qual é a situação real que se encontra o VLT. É necessário que saibamos tudo isso a fundo e com realidade.
“Tudo para que a população acompanhe essa questão. Essa é uma das funções da Câmara”, comenta o vereador.
Marcel Silvano explica que para a comissão ser aprovada é necessários 9 votos de vereadores a favor da abertura da CPI.
“Temos 6 vereadores na oposição e alguns neutros que são favoráveis ao assunto então creio que possamos ter um resultado positivo. São um total de 17 parlamentares. É preciso vontade política para fazer esse enfrentamento. Não dá para esperar o fim do contrato”, analisa Marcel.