Com o tema “Uso medicinal da Cannabis: diálogo para o futuro”, a Prefeitura de Cabo Frio, por meio da Secretaria da Criança e do Adolescente, promove nesta sexta-feira (26) uma mesa redonda para debates. O encontro acontece na Universidade Estácio de Sá, das 14h às 17h, com o objetivo de discutir a utilização terapêutica da planta.
O debate vai contar com a participação de profissionais de diversas áreas para discutir sobre o tema e trazer informações sobre o assunto. De acordo com a secretária da Criança e do Adolescente, Betânia Batista, a discussão vem ao encontro da Lei Municipal nº 3.519, de 19 de maio de 2022, que autoriza e regulamenta o uso da cannabis, propõe a disseminação de informações acerca do tema e determina a criação de uma comissão para debate e planejamento sobre o uso da cannabis medicinal em tratamentos de saúde.
“Nosso objetivo com esse evento é acender a chama da informação na sociedade. Precisamos ouvir a demanda das mães que têm filhos que necessitam do óleo da cannabis; ouvirmos médicos, advogados e outros profissionais. Temos que discutir sobre isso porque é uma luta grande contra o preconceito e contra o tempo, para estabelecer um tratamento para a realidade de famílias que têm pressa, que já tentaram outras alternativas terapêuticas. Temos que ganhar força e nada é melhor para isso do que o esclarecimento. Vamos implantar no coração de cada um o desejo de se envolver com essa causa”, afirmou ela.
Segundo ela, muitas famílias “adoecem por inteiro porque mães não podem trabalhar, irmãos recebem menos atenção em função daquele que está doente e se tratarmos o paciente com a cannabis tudo muda no cenário familiar”.
A mesa redonda será mediada pela superintendente de Políticas Públicas da Secretaria da Criança e do Adolescente, a psicóloga Kamila Vianna, e composta pelos seguintes profissionais:
• Denise de Mello Fogel Soares: acadêmica de biomedicina; presidente e fundadora da associação Acolher Macaé, que oferece apoio e acesso a cannabis medicinal; possui habeas corpus individual da Justiça Federal para cultivo de cannabis medicinal para extração e manipulação do óleo CBD para a filha, Gabriela Fogel Soares; possui habeas corpus da associação em ajuizamento na vara federal para cultivar, extrair e fazer o óleo dos associados a base de cannabis medicinal.
• Gisleine Cruz: assistente social; mãe de pessoa com deficiência e apoiadora da causa pelo acesso a medicação a base de cannabis.
• Vanessa Pinheiro Vidal Matalobos: formada há 25 anos pela Faculdade de Medicina de Teresópolis; tem especialização em pediatria, dermatologia e neurologia; prescrição de cannabis medicinal há mais de cinco anos para mais de 700 pacientes para tratamento de diversas patologias.
• Hamber Carvalho: jornalista e advogado, atualmente é presidente da Comissão de Estudos da Cannabis Medicinal da OAB de Búzios.
• Elizabeth Costa Cardoso: médica graduada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), pós-graduada em Pediatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialização em Homeopatia pelo Instituto Hahnemanniano Brasileiro (IHB) e especialização em medicina cannabinoide pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Após a Lei Municipal ter sido sancionada em maio deste ano pelo prefeito José Bonifácio, autorizando o uso de remédios que contenham na fórmula o Canabidiol (CBD) ou o Tetrahidrocanabinol (THC), o passo seguinte foi a instituição, em junho, de uma comissão para debate e planejamento sobre o uso da cannabis medicinal em tratamentos de saúde.