Há um discurso usual de dizer que não se faz mais música como antigamente. Aquela mistura de saudosismo com ignorância que denuncia que a procura de quem diz isso tá ruim ou não se faz nenhuma procura, na verdade.
A arte continua com produções inventivas desde sempre, o que muda mesmo são nossas capacidades de entender nossas preferências como nossas ou induzidas. E no mundo de hoje, preferências induzidas tomam conta das percepções.
Tudo isso para dizer o que Rio das Ostras Jazz & Blues de 2019 confirmou a apresentação de Bixiga 70. E por aqui, a felicidade toma conta porque é uma das boas bandas brasileiras de nossa história artística recente. A banda foi formada em 2010, mistura afrobeat, jazz, música latina, com instrumentais potentes e remete ao número 70 da rua Treze de Maio, do Bairro Bixiga, em São Paulo.
Bom, eles estarão aqui pertinho, num dos festivais mais legais do Brasil da última década. Quem vai assistir? Digo de antemão, que já tô lá e a Urbália deixa aí uns links para você conhecer e curtir a banda, inclusive o disco recente deles, o “Quebra – Cabeça”.
Ouça, viaje e não entre na onda de dizer de que hoje não tem música boa. Pedindo licença ao humorista Yuri Marçal: Ledo Engano…
*Fabio Emecê é Mc, poeta, professor e pesquisador de música (selecta)