E aí fellas, como estamos? De volta na coluna sobre música que vocês gostam, adoram ou simplesmente ignoram. Venho por meio deste mostrar um pouco daquilo que ouvi durante o ano e que vale a pena ouvir agora no finalzinho, pra curtir aquela reflexão de boa.
Os discos não necessariamente os que fizeram Hype, por isso mesmo que to indicando, para se ampliar o leque de opções musicais. A música não deixará de ser produzida, nunca, agora como está o seu radar pra pegar o lado bom disso tudo?
Vai ser dividido. 5 discos hoje e 5 discos semana que vem. Vamos lá:
Prophet – Wanna Be Your Man
Prophet é um daqueles músicos obscuros que são redescobertos por meio de colecionadores e algum selo alternativo. Ele tem um disco de 1984 chamado “Right on Time” e a Stones Throw resolveu gravar um novo disco com a produção de MNDSGN. Funk e Boogie na repaginação contemporânea. Ouve só:
Luedji Luna – Um Corpo no Mundo
Luedji, baiana que é bailarina, atriz e cantora tem um disco que é uma genealogia poética sobre o que é ser preto em um território como nosso. Ao contrário de uma linguagem dura, consolidada pelo rap brasileiro dos anos 90, Luna mostra que nossa parte sensível importa, e como importa. Se estiver com essa disponibilidade, escuta:
Prince – Piano & a Microfone
O lendário e saudoso Prince deixou umas gravações, voz e piano, uns protótipos de músicas que seriam grandes sucessos da carreira. Gravação de 1981, Prince inspirado e alguma boa alma resolveu compilar e lançar isso, em 2018. É a típica parada, quem é bom, é bom e ponto final. Só ouvir.
BK – Gigantes
BK é aquele mc que qualquer jovem que gosta de rap, já ouviu e sendo jovem e preto, se identifica. Uma figura que sintetiza como é ser um preto que sente o racismo estrutural e se tem o anseio de se inserir no mundo do capital e consumo de maneira plena. Gigantes é um relato disso e acompanha uma ótima identidade visual, feito em parceira com um artista plástico preto jovem Maxwell Alexandre, natural da Rocinha. Curioso? Vai atrás que vale
Clara Anastácia – Anastácia
Aquela pegada afrofuturista mais autonomia da mulher preta mais ancestralidade. É o que carioca Clara Anastácia prega em seu primeiro trabalho de estúdio. Força vocal e lírica, sem contar a psicodelia e a vontade de sair do lugar comum, coisa importante para se definir uma identidade e um caminho, que pelo jeito, será longo e produtivo. Quem disse que a música do Brasil anda sem graça, nem conhece o Brasil direito.