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Uma apresentação, como de Praxe

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Professor Paulo Roberto dá aulas de história para o ensino médio em Cabo Frio

 

Por Professor Paulo Roberto

Professor Paulo RobertoEm primeiro lugar, agradeço aqui o convite do Fábio Emecê para fazer parte desta equipe de articulistas do Prensa de Babel. Em segundo lugar, acho importante me apresentar ao leitor deste jornal. Nasci e fui criado no Rio de Janeiro, mas adotei a Região dos lagos e mais especificamente a cidade de Cabo Frio, como morada há mais de 10 anos.

Diplomei-me em História na UFRJ, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e ali, penso ter recebido mais do que um diploma acadêmico. Tive a sorte de entrar em contato com muita gente, onde aprendi coisas que julgo fundamentais. A principal delas foi ter compreendido que a “cidade” poderia ser um  objeto privilegiado de estudo histórico. Da mesma maneira que uma personagem histórica pode ter uma biografia, um passado, uma evolução e também um fim, cidades seguem trajetórias semelhantes.

O que significa isto? Basicamente, dedico-me a compreender como as cidades e suas histórias, podem nos ajudar a entender aspectos fundamentais de nossa sociedade. Desde que vim morar nesta região, conhecida no resto do país como “Costa do Sol”, me dedico a entender como estas cidades evoluíram historicamente e chegaram a ser o que são. Pode-se dizer portanto que sou digamos, um “biógrafo de cidades”, uma pessoa  que (ainda) crê piamente na compreensão do passado como ferramenta para entendermos melhor  nosso presente. A dinâmica da evolução destas cidades pode ser uma janela para decifrarmos esse país complicado que é o Brasil.

Comecei a estudar o passado destas cidades a partir da única maneira que julgo válida do ponto de vista científico, ou seja, buscando evidências que porventura existissem.  Esta busca me levou inicialmente à Igreja. Bem, na verdade ela me levou mais precisamente a um tipo de documento chamado “Registro Paroquial”. Explico caro leitor. Se você quiser saber da história daqueles que realmente construíram a cidade onde você mora, não busque informações sobre os monumentos mais importantes ou as figuras ilustres do local. Não que o lugar destes  não esteja garantido no passado, mas uma cidade é feita, também de mais coisas do que pessoas ilustres. Uma cidade é uma trama complexa de vivências,  na maioria das vezes experimentadas de maneira absolutamente anônima. Os registros paroquiais, na maioria das cidades brasileiras, são um dos poucos documentos que contém informações sobre a gente simples e anônima do passado. São instantâneos de um mundo que já não existe. Estes instantâneos, registraram o nascimento, o casamento e a morte de pessoas que você não verá em estátuas ou monumentos, mas que construíram as cidades em que vivemos.

Julgava encontrar nestes registros paroquiais respostas para perguntas bem simples, mas que me ajudaram bastante a entender a história das cidades desta região. A primeira pergunta foi qual o papel da Escravidão em um lugar como este? Estes registros paroquiais foram de fundamental importância para compreender que “ser escravo” na região era a realidade de muita gente.

Para sermos mais precisos, quando o primeiro Censo Brasileiro foi realizado em 1872, Cabo Frio possuía mais de um terço de sua população nesta condição. Pode parecer pouco à primeira vista, mas não é. O Rio de Janeiro, que na época era a Corte do Império, possuía menos de 20 % de sua população na condição de escravos. Cidades do Vale do Paraíba Fluminense, o coração produtivo do Rio de Janeiro, figuravam com números semelhantes a Cabo Frio. Bem, números significam bem mais do que simples números, principalmente quando eles se referem a pessoas. Uma quantidade tão grande de escravos mostra que o passado destas cidades foi profundamente influenciado por esta instituição e isso teria também uma grande influência sobre o seu futuro.

Ou seja, a escravidão registrada nos registros paroquiais das cidades da região, pode muito bem ser entendida como uma sombra que se projetou do passado para o futuro.A maneira como estas cidades deixaram a escravidão, em troca de um outro regime de trabalho e outro sistema de relações sociais influenciou os destinos de ricos e de pobres, de quem seria a elite política econômica local e quem estaria sob seu domínio. Influenciaria também o acesso a terra e à educação.

A sombra deste passado ainda está entre nós. Mais uma vez, é preciso olhar para onde não costumamos prestar atenção, é preciso olhar mais detidamente para o homem simples. O leitor preste atenção nas regiões destas cidades conhecidas como “periferias”. Foi uma das primeiras coisas que chamaram atenção, quando escolhi morar neste canto da Terra. Nestas periferias, podemos encontrar uma população que em muitos casos, descende diretamente deste passado. E este foi o segundo lugar onde a busca da história destas cidades me levou. Depois dos registros paroquiais, tornei-me também um observador do que acontecia nestas periferias.

Pois bem, uma vez tendo me apresentado e contado um pouco do que venho fazendo nos últimos anos, vou tentar contar, com mais detalhes, o que tenho encontrado nesta busca. A cada semana, pretendo mostrar ao leitor que podemos compreender nosso presente de uma maneira muito diferente, se olharmos para o nosso passado.

Peço portanto, que entenda esta coluna como uma série, cujos capítulos não terão personagens famosos, nem eventos que tivessem merecido a honra um tanto duvidosa da posteridade. Feito isto, desço de meu caixote, agradeço a atenção e convido o leitor a acompanhar os próximos capítulos.

 

 

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