Família de Michel Graf é natural da República Tcheca, onde ele tem título de Conde, e seu pai de príncipe. O surfista vive há anos em Búzios e trabalha no incentivo do esporte e na confecção e conserto das pranchas
O município de Búzios atrai pessoas todos os anos pelo seu potencial turístico e de lazer. Porém existem outros motivos que chamam a atenção no balneário. A Prensa conta a história de um surfista carioca que mesmo após viver em diferentes lugares do mundo, escolheu se estabelecer no município e há anos vive uma vida simples, contribuindo com seu trabalho manual e sua paixão pelo esporte para a sociedade local.
Michel Graf Lichnowsky tem 55 anos e nasceu no Rio de Janeiro, em 1965, no bairro do Leblon. Com uma infância bem próxima ao mar, ele aprendeu a surfar desde cedo.
Na década de 70, seus pais começaram a frequentar a cidade de Búzios. O pai de Michel é natural da República Tcheca e chegou ao Brasil com 4 anos de idade, quando passou a viver em Curitiba, cidade em que mais tarde conheceu sua esposa.
No país europeu, Michel tem o título de Conde, uma vez que seu pai e irmão mais velho são príncipes. Apesar de toda a possibilidade de viver com riqueza, ele conta que escolheu viver com simplicidade.
“Agora somos humildes, pessoas normais, sendo que quando visitamos a Polônia e República Tcheca somos recebidos com muito carinho pois temos várias propriedades, como castelos cheios de riquezas, tudo nos pertence, porém, no momento, estão aos cuidados do Governo. Quando estamos lá de visita, a prefeitura faz uma agenda de eventos para participar”.
Ele conta que sua família começou a visitar Búzios na década de 70, e que ao longo do tempo foram percebendo que “Geribá tinha um mar diferente do Leblon”.
Como passar do tempo, por volta dos anos 80, Michel buscou novas aventuras, na Europa. Ele viveu grandes momentos com o surf em Portugal, e anos depois na Califórnia, nos Estados Unidos.
“No ano de 1996, minha mãe e meu pai realizaram o sonho de se mudar para Búzios, e compraram uma casa no tranquilo bairro da Baía Formosa. Nesta época, eu tinha regressado do Hawaii, onde passei dois anos surfando e remando canoas Hawaiianas. Também estava namorando uma Japonêsa”.
Com a proximidade da cultura japonesa, Michel decidiu estudar o idioma e se mudou para o país, onde viveu por 11 anos. No Japão, ele viveu experiências como o trabalho de instrutor de inglês nas escolas públicas, além de viagens. Michel também participou de campeonatos Profissionais de Surf no Japão, ganhando um diploma e carteirinha de surfista profissional.
Após todas as diferentes aventuras, o surfista escolheu se estabelecer no balneário, no interior do Rio de Janeiro. “Quando voltei ao Brasil, vim direto para Búzios e comecei a consertar pranchas, dar aulas de surf em Geribá e trabalhar com fotografias de surf. As pranchas são uma paixão, eu comecei a colecionar e consegui juntar cerca de 50 pranchas, muitas delas dos anos 70”.
Desde então, Michel se tornou uma personalidade conhecida na cidade, pelo trabalho de incentivar o esporte e valorizar o trabalho manual na confecção e conserto das pranchas.
“Incentivo muito os novos adeptos a curtirem o surf e a não terem pressa de se tornarem bons surfistas, pois o aprendizado também é uma diversão. A única coisa que impede o iniciante de se divertir é somente por estar usando um equipamento errado ou estar tentando pegar ondas em que ele ainda não tem habilidade para pegar”.
Atualmente, o surfista ainda vive no bairro da Baía Formosa, com sua esposa, Chikako Hashimoto Lichnowsky, que é natural do Japão.