Rafael Alvarenga
O Fla X Flu não é um caso limitado à literatura. Embora de Nelson Rodrigues a Armando Nogueira, tanto já se foi imortalizado sobre o tema. Nesse jogo o Flamengo, nascido de uma dissidência do Fluminense proporcionou o confronto entre dois clubes que desde 2016 se opuseram aos desmandos da FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro).
Vejam que isso dividiu o futebol carioca. Na medida em que Vasco e Botafogo ao não criticarem e denunciarem as ações corruptas e arbitrárias da entidade buscaram proteção dentro dela. Foi por isso que, em tom de pirraça e rivalidade política, o Botafogo se negou a ceder o Engenhão para o clássico da Final da Taça Guanabara no dia 05-03-2017. A dupla Fla-Flu precisou entrar na justiça duas vezes: uma para que sim, jogasse no Engenhão (ora, único estádio disponível na cidade do Rio de Janeiro para comportar o clássico); outra para que suas torcidas pudessem dividir as arquibancadas.
Resultado, a dupla ganhou as duas ações. Suas torcidas foram ao estádio e se emocionaram. Foi mais um clássico digno do grande futebol e da grande crônica esportiva. Placar de 3 X 3 para um jogo eletrizante, jogado na bola e cheio de encanto. Nos pênaltis o Fluminense venceu por 4 X 2 e sagrou-se campeão.
Mas, sem nenhuma dúvida, a dupla Fla-Flu deve comemorar a vitória sobre a FERJ, sobre a justiça que buscava punir o torcedor inocente, o impedindo de ir ao estádio, e, sobretudo contra aqueles que demonstram fraqueza se escondendo atrás de instituições que querem fazer clubes e torcedores trabalharem para ela. Imenso equívoco! Imensa canalhice!
Parabéns ao Fluminense, campeão da Taça Guanabara de 2017!