Historicamente, os meses de maio e junho são considerados os piores para o turismo de Búzios, a ponto de muitos estabelecimentos optarem, neste período, pelo benefício trabalhista das férias coletivas, onde se pode ver uma imagem incomum no restante do ano: a famosa Rua das Pedras vazia. Histórico, também, é o otimismo no balneário mais famoso do Rio com a alta do dólar, que, inviabilizando a viagem internacional da classe média do país, abre a maior procura para o turismo interno, os chamados destinos domésticos. Ao mesmo tempo o dólar alto também costuma trazer alguns turistas do mercado internacional para o balneário, o que tradicionalmente faz a cidade gostar de ter, diferentemente do restante do país, a moeda americana em alta.
O feriado de Corpus Christ costuma ser um ponto de referência para esse período, e a alta do dólar gerou expectativa no trade turístico da cidade, já que em grande parte o turista costuma ficar de 3 a 4 dias no balneário em feriados assim. De acordo com o Búzios Convention & Visitors Bureau, até a última quinta-feira (24/05) as reservas para o feriado estavam entre 60 e 70%, cenário acima da média para o período do ano. Mas com a continuação da greve dos caminhoneiros, que interrompeu o abastecimento de combustível nos postos e consequentemente inviabilizou a entrega de alimentos nos mercados, em especial do interior, começaram os cancelamentos das estadias nos hotéis do município. Alguns restaurantes restringiram seus cardápios em virtude da falta de abastecimento de alimentos, em especial, os hortifrutigranjeiros.
Mas, com a retomada gradual dos abastecimentos o cenário começou a esboçar alguma mudança significativa. Thomas Weber, empresário e presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SINDSOL), chegou a afirmar que a situação iria depender muito de como se daria o retorno a normalidade até a última quarta-feira (30/05). E realmente a cidade não ficou deserta como se vislumbrava ser pelo cenário assustador um dia antes do feriado santo. Restaurantes retomaram seus cardápios originais, e foi perceptível a chegada de visitantes na sexta-feira (1º de maio). No entanto, o setor hoteleiro registrou uma queda de 15% do esperado para estes dias.
Um contraponto
A situação atinge mais diretamente as pequenas pousadas que os grandes hotéis, como o Atlântico Búzios, que sedia eventos como encontro do Lions Clube, que trouxe cerca de 500 pessoas à cidade neste final de semana, o que afeta positivamente a economia local com o consumo em outros setores como o gastronômico e o de serviços.
Turismo internacional e de negócios
O gerente do Hotel Atlântico Búzios, Mario Mattos, também chama atenção para o fato de Búzios nesse período ter demanda de estrangeiros, em especial do mercado latino americano. “O Trabalho de divulgação do destino Búzios é intenso durante todo o ano e com isso a gente já espera uma boa ocupação em toda cidade em feriados assim. O destino está consolidado nos países vizinhos também. ”, afirma o gerente do Atlântico, Mario Mattos.
Thomas, que também é presidente da Associação Comercial e Empresarial de Búzios (ACEB), também confirma a explicação de Mattos, informando que o mercado internacional se manteve sem cancelamentos e passa um dado importante sobre a cidade e trabalham mais fortemente esse setor cerca de 40 a 50 hotéis da cidade, mais fortemente localizados dentro de um circulo que engloba os bairros de João Fernandes, Morro do Humaitá e centro.
O empresariado local também destaca a novidade do visto eletrônico. “O visto já está contribuindo e muito para esse crescimento”, finalizou Weber