O trade turístico de Cabo Frio enviou comunicado à imprensa questionando e levantando algumas dúvidas sobre o leilão para concessão da operação do aeroporto internacional da cidade, que será realizado pelos governo municipal, segundo os empresários, nos próximos meses. Diante da notícia, as principais entidades do segmento em Cabo Frio e em demais cidades da Região dos Lagos se uniram para acompanhar o edital e, por meio de ofício protocolado no começo de dezembro do ano passado, fizeram algumas sugestões ao poder público visando garantir maior receita ao município pós concessão.
A empresa vencedora poderá comandar o Aeroporto Internacional de Cabo Frio pelos próximos 26 anos.
Segundo o trade, o edital estaria sendo redigido pela Prefeitura com consultoria do maior interessado em vencer o leilão, com foco principal nas atividades offshore. O grupo, em consenso, expressa no tecto enviado que “entende a importância deste público para economia da cidade, porém, reforça a necessidade de se contemplar também os voos comerciais para o futuro do turismo de Cabo Frio, os quais são uma fonte de renda inesgotável de recursos, se bem trabalhado”. E segue:
“O Aeroporto Internacional de Cabo Frio possui a segunda maior pista do Estado do Rio de Janeiro, perdendo apenas para o Aeroporto do Galeão, localizado na cidade do Rio. É importante relembrar que durante as Olimpíadas (em 2016) desembarcaram no aeroporto cabo-friense todos os materiais esportivos utilizados pelas mais diversas seleções mundiais. Também foi no aeroporto de Cabo Frio que o segundo maior cargueiro do mundo pousou”.
O presidente da Associação de Hotéis de Cabo Frio menciona que ao longo do ano, diversas tentativas de aumentar o número de voos foram tentadas. Precisamos, com urgência, de voos regulares de Belo Horizonte, São Paulo, Campinas, Buenos Aires e outros destinos emissores. Necessitamos não só da constância e manutenção destes voos, mas também de tarifa competitiva. Para nós, do trade turístico, esse é um dos motivos de até hoje não termos estes voos regulares na cidade. Falta expertise da empresa que controla o aeroporto atualmente.
“Temos uma chance de ouro para mudar essa história. Porém, o edital está sendo redigido com o auxílio de outra empresa que tem o interesse de administrar o aeroporto. Ou seja, uma futura concorrente está ditando as regras dos requisitos que todos deverão seguir. Esta prática não é ilegal, porém, no mínimo é imoral e fere o princípio de transparência e imparcialidade que deve reger a esfera pública”.
Outra ponto levantando pelo comunicado é de que a empresa que está auxiliando na confecção do edital é a mesma que opera o aeroporto de Campos dos Goytacazes, reconhecidamente especializado em voos offshore, não atendendo as demandas de turismo, lazer e transporte de passageiros.
A Prensa solicitou informações oficiais da Prefeitura de Cabo Frio sobre os questionamentos do trade e aguarda resposta.