O silêncio da falta dos fogos de artifícios no céu de Búzios durante a virada do ano ainda ecoa. Nesta terça-feira (3), representantes de associações que integram o chamado “trade turístico” divulgaram uma carta aberta em que criticam o cancelamento do show pirotécnico programado para quatro pontos da cidade, a apenas dois dias do Réveillon.
Na ocasião, a Prefeitura se justificou dizendo que não houve tempo hábil para a aquisição de fogos de artifício sem estampido, conforme exigência da Lei Municipal nº 1.690, de 22 de novembro de 2021, que proíbe “o comércio, manuseio, utilização, queima e a soltura de fogos de artifício sonoros no município”.
No documento, os hoteleiros falam em “frustração” e “acontecimento inacreditável” ao falarem sobre a suspensão da queima de fogos em cima da hora. Em determinado momento, o texto questiona o impacto financeiro que os donos de estabelecimentos turísticos podem ter após a divulgação prévia de que ocorreria o show pirotécnico.
“E, para as empresas que divulgaram a queima de fogos (obviamente sem muito ruído conforme a lei sancionada pelo prefeito), há até mesmo a provável situação de terem que indenizar clientes e responder a processos. A frustração nessa data, da falta desses artifícios nos festejos, deixou uma marca negativa nas expectativas de moradores e dos turistas que nos escolheram, também por esse motivo, para passar a virada do ano em Búzios”, diz a carta aberta.
De outro lado, apesar da crítica específica à festa de Réveillon, o pool de empresários elogiou os avanços na gestão do Turismo no atual governo, entre 2021 e 2022. O trade destaca como pontos fortes o “asfaltamento de vias públicas, a pintura da sinalização horizontal das faixas na via principal, o paisagismo de diversas áreas públicas, com a revitalização e a aquisição de novos equipamentos para a atividade e a implementação do seu calendário de eventos”.
A carta aberta é assinada pelo presidente executivo da Associação de Hotéis de Búzios (AHB), Marcos Macedo; pelo presidente da Associação de Pousadas de Búzios (APB) e da Associação Búzios Convention Visitors e Bureau (Búzios CVB), Angel Waizer; pela presidenta da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Búzios), Milene Copello; e pelo presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Búzios (SindSol), Thomas Weber.
“Motivos técnicos e processuais” impediram a queima
A festa estava prevista para ocorrer em quatro diferentes pontos – na Orla Bardot, no Centro; em Manguinhos, em Geribá e na Praça do Inefi, na Rasa. A proibição a que se refere a lesgislação estende-se por todo território do município, em recintos fechados e abertos, áreas públicas e locais privados, áreas urbanas e rurais. Quem não cumprir a Lei poderá ter o local interditado e lacrado, além de pagar multa.
“Por motivos técnicos e processuais não foi possível garantir a queima de fogos de artifício considerados “Casses A e B”, de vista, sem estampido ou que contenham até 25 (vinte e cinco) centigramas de pólvora por peça”, disse o texto enviado à imprensa às vésperas dos festejos de Réveillon.
No comunicado, a Prefeitura explica ainda que não havia mais balsas disponíveis para o fornecimento, o que acabou por acarretar questões técnicas para a contratação.
“Então, por prudência, optou-se por cancelar para não ocorrerem os mesmos problemas anteriores”, concluiu a nota.