Petrobras decide vender 50% de sua participação nas concessões do Polo Marlim, localizado em Águas Profundas da Bacia de Campos
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF) emitiu um comunicado em desacordo com a decisão da Petrobras de vender 50% de sua participação nas concessões do Polo Marlim, localizado em águas profundas da Bacia de Campos.
Nesta terça-feira (17), o site oficial do sindicato publicou um artigo em que descreve os impactos que esta decisão pode causar na economia local. Segundo o Sindipetro NF, a notícia foi recebida com apreensão por lideranças empresariais e sindicais do Norte Fluminense, que vêm sofrendo os impactos econômicos e sociais do desinvestimento da companhia na região.
O Polo Marlim é formado pelas concessões de Marlim, Voador, Marlim Leste e Marlim Sul. Os petroleiros do sindicato descreve a venda como um “duro golpe ao mercado de trabalho e ao patrimônio da empresa”.
Marlim e Voador ficam localizados à uma distância de 150 km do município de Macaé, e compartilham a infraestrutura de produção. Segundo dados dos Sindipetro, entre janeiro e outubro deste ano, os polos produziram 68,9 mil barris de óleo por dia e 934 mil m3/ dia de gás em média no mesmo período.
O Marlim Leste se encontra à uma distância de 107 km do Cabo de São Tomé. A estação produziu, em média, 38,5 mil barris de óleo por dia e 615 mil m3/dia de gás. Já o campo de Marlim Sul fica situado a uma distância de 90 km do litoral norte do Rio de Janeiro. Até outubro, a produção média do campo este ano foi de 109,6 mil barris do óleo por dia e 2.062 mil m3/dia de gás.
Em concordância com o sindicato, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (ACIC), Leonardo Castro de Abreu, afirma que o anúncio da Petrobras não faz sentido sob o ponto de estratégico, uma vez que as empresas privadas costumam vender ativos não lucrativos.
“Na minha visão, o que se apresenta no momento seria justamente isto, uma situação de cessão de 50% num prazo de 32 anos, para justamente manter as garantias de produção com a manutenção de operação. Agora, tudo tem um preço, plataformas serão substituídas por FPSOs, que certamente não irão absorver toda esta mão-de-obra, acarretando mais um impacto na economia, principalmente da nossa região”, afirma.
Segundo a Petrobras, o complexo é o terceiro maior do Brasil e o quarto maior empreendimento “offshore” das Américas em termos de produção. Apesar do processo de negociação, a empresa se manterá como operadora dos campos.