O Sindipetro NF (Sindicato dos Petroleiros) do Norte Fluminense promove nesta sexta- feira, dia 21 , juntamente com convidados no lanche coletivo, o Cine Debate, com a exibição do documentário Democracia em Vertigem, na Neflix.
O documentário “Democracia em vertigem”, da diretora Petra Costa, termina com duas frases na tela: “O juiz Sergio Moro é nomeado ministro da Justiça de Bolsonaro” e “Lula permanece preso”. Petra, diretora mineira de 35 anos, com três longas-metragens no currículo e reconhecimento em festivais internacionais, garante que as duas frases foram inseridas em janeiro. Segundo ela, nada do que veio depois, principalmente os vazamentos de supostas conversas de Moro com procuradores da Operação Lava-Jato, publicadas pelo site “The Intercept”, teve influência no filme.
Exatamente o debate sobre a democracia brasileira está no cerne do filme de Petra. O documentário, que estreia no mundo inteiro nesta quarta-feira (19), via Netflix, analisa os últimos anos da política brasileira, sobretudo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
A maior parte das cenas se passa entre 2013, época das manifestações populares que tomaram o país, e a primeira semana de 2019, na posse de Jair Bolsonaro. Mas a abrangência histórica do filme é maior. Como fez em seus outros dois documentários em longa-metragem (”Elena” e “Olmo e a gaivota”), Petra se coloca na trama a partir de narrações. E se expõe. Seu avô foi um dos fundadores da construtora Andrade Gutierrez, uma das empresas envolvidas nos crimes revelados pela Lava-Jato. Seus pais foram militantes de esquerda nos anos 1970 e viveram na clandestinidade. Ela própria foi batizada em homenagem ao líder comunista Pedro Pomar, assassinado em 1976 em São Paulo, por agentes da ditadura militar.
Tudo isso é revelado no filme pela voz de Petra, que também não esconde seu posicionamento à esquerda e seu entendimento de que o impeachment teria sido um “golpe”. Numa sequência, a diretora leva sua mãe para conversar com Dilma — ambas mineiras, ambas militantes contra a ditadura. Ela também teve acesso a imagens feitas por Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial de Lula.