MSC decidiu cancelar todas as viagens programadas no país. Companhia era a única que estava pronta para operar
A MSC Cruzeiros decidiu cancelar todas as viagens programadas no Brasil para a temporada 2020/2021. A decisão foi tomada por conta da demora na aprovação para a operação de cruzeiros marítimos por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com o cancelamento, todas as viagens com embarque entre 16 de janeiro de 2021 e 31 de março de 2021, nos navios MSC Seaview e MSC Preziosa, não vão acontecer.
A indústria de cruzeiros foi severamente afetada pela pandemia, assim como as cidades que têm parte da economia pautada no turismo de transatlânticos. Este é o caso de Búzios, onde uma grande parcela da economia local vem desta atividade. O balneário é um dos destinos que recebe mais escalas de cruzeiros no Brasil.
O atual Secretário de Turismo de Búzios, Alexandre Verdade, comentou que a pasta recebeu a notícia com um certo pesar, mas que imaginava que isso poderia acontecer, tendo em vista as medidas que vêm sendo tomadas no mundo todo por conta da pandemia do novo coronavírus. Sobre os cancelamentos, ele disse: “A gente sabe que o fluxo dos transatlânticos que descem na cidade é muito importante para a economia local, principalmente para o comércio do Centro e adjacências”.
Sobre o impacto que os cancelamentos das viagens podem provocar na economia buziana, o Secretário afirma que a cidade vai ser muito prejudicada, uma vez que Búzios é o lugar que tem mais escalas de transatlânticos no país e também já está com outras restrições no setor turístico. “Sem sombra de dúvidas, a gente já está com a capacidade reduzida, então, consequentemente, qualquer ação desta há um impacto direto na economia”, disse Alexandre.
De acordo com informações divulgadas pela Prefeitura de Búzios no fim do ano passado, a cidade esperava receber mais de 70 transatlânticos na temporada de 2019/2020. Na temporada anterior, 2018/2019, a atividade trouxe mais de 222 mil passageiros à Búzios, destes, 120 mil desembarcaram no píer municipal. Ainda de acordo com as informações, 37 escalas renderam o pagamento de taxas à cidade.
Segundo os dados da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (CLIA Brasil), o turista deste segmento gasta, em média, R$ 581,35 durante o tempo de permanência no destino, estimado em sete horas de passeio. Levando em conta estes dados, é possível compreender o impacto que o cancelamento dos navios pode gerar para a economia da cidade.
O futuro Secretário de Turismo de Búzios, Luiz Romano Lorenzi, que vai assumir a pasta no início da nova administração municipal em 2021, afirmou que vê os cancelamentos da MSC com muita preocupação. “Sabemos que estamos vivendo uma pandemia, momentos difíceis, mas foi cancelado em todo Brasil, não só na cidade de Armação dos Búzios. Esse cancelamento refletirá visivelmente na nossa economia, não tenho a menor dúvida”, disse.
Romano falou também sobre como a situação vai afetar os comerciantes em Búzios. Ele disse: “Com a diminuição de turistas, com certeza nós teremos a nossa economia afetada, principalmente o pequeno comerciante, o comerciante que faz parte do trecho da Orla Bardot até o Centro da cidade. Eles vão sofrer esse impacto”, explicou.
O futuro secretário comentou sobre as ações que estão sendo planejadas para impulsionar o turismo na cidade, mediante às consequências das medidas de restrições que afetam o setor turístico de Búzios. Ele explicou que futura administração está criando um calendário de eventos e estreitando a relação com todo o trade turístico da cidade. “Estamos elaborando um projeto para cuidar da marca Búzios, porque fazemos uma propaganda linda da cidade e muita das vezes não estamos oferecendo o produto com a qualidade que os nossos turistas e nossos moradores merecem”, disse.
Anteriormente, a MCS já havia cancelado os cruzeiros entre 15 de novembro de 2020 e 15 de janeiro de 2021, pois aguardava a aprovação para retomar a navegação, assim como todos os cruzeiros da temporada do MSC Musica e MSC Sinfonia. A empresa foi a primeira grande Companhia de cruzeiros a retomar as operações em agosto, após a aprovação do protocolo de saúde e segurança pelas autoridades competentes na Europa.