Um estudo da Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) revela que de 2014 até o primeiro trimestre de 2022 houve uma redução de quase 16,7 mil empregos em Macaé.
De acordo com a pesquisa, em 2014 havia 70,5 mil empregos ligados à indústria de petróleo e gás em Macaé, mas, em 2020, esse número cai para 45,4 mil. Logo, de 2014 para 2020 o número de empregos formais ligados à indústria caiu 25,1 mil, ou seja 35,6%. Entre 2020 e o primeiro trimestre de 2022 houve um aumento de 45,4 mil para 53,8 mil, 8,4 mil empregos a mais, um total de 18,5%. O levantamento destaca que essa alta é explicada pelo aumento do efetivo das empresas do setor privado de petróleo e gás e pela construção da UTE Marlim Azul. Mas, no primeiro semestre deste ano ainda há 16,7 mil empregos ligados à indústria de petróleo em Macaé a menos do que 2014, ou seja, uma queda de 23,7%.
Carlos Takashi, economista do DIEESE no Sindipetro-NF, lembra que os dados até 2020 estão consolidados, mas que os de 2021 e 2022 são estimativas que se baseiam no saldo de admissões e desligamentos divulgado pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Entretanto, os dados sofrem alterações quase todo mês em função de declarações atrasadas por parte de empresas, principalmente de desligamentos.
“De qualquer modo, mantém-se a tendência de uma recuperação do emprego formal em Macaé em 2021 e 2022, porém, ainda fraca se olharmos para o que era o mercado de trabalho formal na cidade entre 2012 e 2014”, destaca.
De acordo com a Coordenadora do Departamento de Cultura do Sindipetro-NF, Bárbara Bezerra, esses dados mostram uma tragédia e consequência das investigações da Lava-Jato.
“Eu avalio como uma tragédia esses dados é uma consequência direta da Lava-Jato, e das tentativas de privatização da Petrobrás. Vimos esses postos de trabalho diminuírem em vários estados, como em todo o Nordeste, e Norte também, todos os locais de onde foi retirado a Petrobras. E Macaé é uma cidade que tem um impacto maior devido à importância da indústria, e precisamos entender também a importância do sistema da Petrobrás, não é apenas a indústria petróleo e gás”, explica ela.
No país, mostra que a média anual do estoque de trabalhadores em atividades da indústria de Petróleo e Gás no país teve uma queda de 2,4% no ano passado. O levantamento foi feito pela Federação Única dos Petroleiros (FUB), com base na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a média anual do estoque de trabalhadores em atividades da indústria de Petróleo e Gás no país teve uma queda de 2,4% no ano passado.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Monique Gonçalves.