Fadiga, cansaço, fraqueza, mal-estar, inchaço. Essas são apenas algumas das sequelas da Covid-19. O inimigo invisível ainda continua rondando e tem contaminado pessoas duas, três, quatro vezes, como é o caso da cantora Joelma, da Banda Calypso’. No sábado (4), a artista apareceu com o rosto inchado e assustou os fãs durante a estreia turnê “Isso é Calypso’ ”na Festa de São João, da Feira de São Cristóvão, no Rio. O assunto já estava circulando nas redes sociais na semana passada. O Ministério da Saúde (MS) denomina esses casos como covid longa, quando o paciente acometido pela infecção apresenta ao menos uma sequela pós-covid.
O site do MS traz um estudo publicado na revista científica The Lancet, que demonstrou que, seis meses após a infecção aguda, 76% dos 1.733 pacientes avaliados apresentavam algum sintoma persistente. O cansaço e a fraqueza muscular foram os sintomas mais comuns, presentes em 63% dos casos, seguidos por dificuldade para dormir, ansiedade e depressão. Além disso, entre aqueles que desenvolveram casos graves da infecção, 56% desenvolveram algum tipo de alteração pulmonar significativa.
Já na revista Epidemiology Infection, foi apresentado outro estudo, que acompanhou 767 pacientes após internação por covid-19, entre os quais 51,4% ainda se queixavam de sintomas após cerca de 80 dias do quadro agudo, mais comumente fadiga e dispneia aos esforços; 30,5% ainda apresentavam consequências psicológicas pós-traumáticas; e 19% tiveram difusão pulmonar prejudicada. De acordo com esse levantamento, essas condições podem ocorrer em pacientes que apresentaram covid-19 com quadro leve, moderado ou grave e, também, nos pacientes assintomáticos. Os sintomas podem afetar a funcionalidade e o desempenho nas atividades cotidianas.
Ana Paula Fontes, é moradora de Cabo Frio e foi contaminada pelo vírus duas vezes, em 2021. “Hoje o que eu sinto é muito desânimo e às vezes meus pés ficam inchados”, contou ela dizendo que na família outras três pessoas também se contaminaram com o vírus, mas, felizmente, não ficaram com nenhuma sequela.
Centro de Acolhimento e Reabilitação Pós-Covid, em Macaé
A reinfecção da realidade é preocupante devido às sequelas que o vírus deixa e podem persistir por mais de um ano, segundo a Fiocruz. Em Macaé, existe o Centro de Acolhimento e Reabilitação Pós-Covid (Carp), que já atendeu aproximadamente 450 pacientes desde sua inauguração, no dia 3 de novembro de 2021.
Segundo a Prefeitura, os atendimentos para acolhimento acontecem duas vezes por semana. Em abril, foram realizados 8 em média por dia. Estima-se que em maio houve um aumento de mais de 50%, comparando com o mês anterior. Os serviços médicos são oferecidos através da Rede Municipal de Saúde, com encaminhamento para consultas com cardiologistas, pneumologistas, angiologistas, neurologistas, entre outras especialidades, e também para marcação de exames.
Ainda é oferecido serviço de acolhimento individualizado por assistente social e por equipe multidisciplinar composta por fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo e nutricionista. Ao todo são 12 profissionais, entre eles, assistente social, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo e nutricionista.
A população tem acesso dirigindo-se com ou sem encaminhamento médico ao Centro de Reabilitação Dona Sid Carvalho, na rua Governador Roberto Silveira, 108, anexo ao Centro de Especialidades Médicas Dona Alba, no Centro da Cidade, às segundas e quartas-feiras, das 8h às 17h. Para atendimento é preciso ter o cartão do SUS.