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Quem imaginaria que a truculência seria a forma de se governar mais eficaz? Na verdade, o autoritarismo e as formas violentas de se perpetrar vontades, alocações e domínios nunca saiu do nosso imaginário. E mais caro do que alguns grupos sociais sempre pagaram, os isentos de plantão sentem suas partes íntimas apertando, a ponto de arroxar, além do arrocho.

Li no famigerado Twitter, uma afirmação, no mínimo, irreal sobre a nossa democracia combalida. A nossa democracia ficou frágil após o PSDB e Aécio Neves contestar os resultados das eleições na qual ele perdeu pra Dilma Rousefff.

Um tipo de análise de quem quer embarcar no conto da carochinha ou, pelo menos, não quer compreender o real significado de democracia e ter esse esforço tacanho a reduzir o que vivemos hoje como fruto de 10 anos de história.

Convivemos convenientemente com as forças truculentas desde sempre na história do nosso Brasil. Nossas estatísticas de mortes violentas e prisões por ano não negam, mas além disso, em momentos em que o Estado se assumiu violento, a responsabilização dos crimes de tortura, assassinato, laudos forjados, grupos de extermínio e outras merdas não chegou nunca a ser praticada.

Aliás, essas pessoas no processo de redemocratização do Estado, viraram dirigentes, deputados, tecnocratas e o modus operandi do Estado Institucional Violento nunca deixaram de ser práticas, aliás, com a Constituição de 1988, negociar com essas práticas para ser eleito numa disputa eleitoral qualquer se torna comum e sem espectro ideológico.

E numa lógica violenta, se tem muita coisa, menos a democracia real, que implica participação direta do povo nas decisões e fiscalização constante dos seus representantes. Numa lógica violenta, se luta pra comer, pra dormir, pra ter um pedaço de terra, pra ter ser ter saúde. Não há tempo decisões além da sua própria sobrevivência.

E nessa de acreditar que vivemos numa democracia, os violentos se organizaram, se instrumentalizaram e antes derrubar um governo ou suas instituições pela sua tirania, se ventila derrubar por conta de cumprir aquilo que os violentos almejam, apenas porque eles acreditam que tenha que ser desse jeito.

Primeiro, do que estamos falando? Agir livremente na truculência, tortura e assassinato ou além disso, realmente ditar as regras para quem quer que seja. E aí se tem um dos inúmeros pontos nevrálgicos dessa história. Corpos regulados e violados sempre tiveram etiqueta e são esses corpos que são jogados de um lado pra outro ou via fuzil ou via retórica.

Agora o espectro de regulação e violação ultrapassa a etiqueta, porque violentos só funcionam sobre a égide do subjugo. Faça o que eu quero e farei o que der na telha para você fazer o que eu quero. E quem sobra nessa equação? E aí temos a democracia combalida? Agora?

A História não é boa nem ruim, mas ela cobra. Cobra principalmente dos isentos, dos escorregadios, daqueles que realmente acreditaram que não tinham nada a ver com isso e percebem o barulho das botinas cada vez mais estridentes. Como reagiremos? Porque os violentos estão a vontade, prontos e preparados para fazer o que sempre fizeram.

E quem nunca fez o que tá sendo exigido agora? Terá essa coragem? E o que tá sendo exigido agora? Primeiro, sair da bundamolice atual de realmente acreditar de que apenas com o já foi feito, brecaremos os violentos, segundo é conter os violentos, terceiro, sair da isenção, quarto, assumir a responsa, e o de sempre, lutar, mas lutar mesmo.

E quem sabe lutar, aprendendo com aquelas pessoas que perderam filhos, primos, amigos pelos violentos nos quais se negociaram, chamaram pra gabinetes, articularam emendas, transformaram em legisladores e deram a eles as canetas, quiçá a caneta máxima.

Sempre se fizeram de desentendidos quando nos mataram e amontoaram, agora com a sua porta quase arrombada, o que farão? O cinza das fardas tá próximo de virar bandeira…

*Fabio Emecê é professor da Rede Estadual de Ensino/RJ, MC, Poeta e ativista antirracista

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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