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Sem aulas online, alunos do IFF, em Macaé, podem perder ano letivo

2020 está sendo um ano muito difícil para alunos, pais, professores, desde que as aulas na rede municipal e particular de ensino foram suspensas em Macaé, devido à pandemia do novo coronavírus. E, segundo o prefeito Dr. Aluizio, não há previsão para o retorno das aulas, mesmo a cidade estando na faixa verde de contaminação da Covid-19.

Mas, desde o início da pandemia, em março, muitas escolas, públicas e privadas, estão realizando as aulas em plataformas virtuais, exceto o IFF (Instituto Federal Fluminense), campus de Macaé.

Várias mães de estudantes do instituto entraram em contato com a Prensa, relatando a falta de conteúdo online aos alunos. Alguns, de acordo com as mães, receberam apostilas de disciplinas como matemática, língua portuguesa e química apenas, o que não é suficiente para que os alunos acompanhem a grade de estudos.

Uma das mães, que prefere não se identificar alegando que o filho, estudante do IFF possa sofrer represálias quando as aulas presenciais voltarem, relatou que muito antes da pandemia, o instituto vinha enfrentando greves dos professores, o que também causava problemas para o andamento do ano letivo. “Mas, depois das greves, a situação se normalizou e então começaram a repor as aulas, colocar em dia o ano letivo. Ai veio a pandemia e tudo parou novamente. Só que, diferente de outras escolas de Macaé, municipais e particulares, os alunos estão tendo aulas pela internet, de um modo, estão conseguindo estudar. Já os estudantes do IFF não, nada foi feito pela internet até agora”, declarou a mãe que tem um filho de 15 anos e que ia começar a estudar no IFF neste ano.

Um dos alunos recebeu apostilas das disciplinas de matemática, língua portuguesa e química, o que não é suficiente para acompanhar a grade de estudos

Ainda segundo ela, vários contatos com o campus de Macaé foram feitos por email, telefonemas,  na tentativa de obter informações sobre o acesso dos alunos às aulas online. As respostas, de acordo com ela, são de que o instituto está realizando pesquisas para aplicar as aulas pela internet. “Só que essas respostas estão desde abril, no início da pandemia. Estamos em agosto, e até agora nada de aula virtual. Sem contar que muitos alunos vão precisar também das aulas em laboratório, mas isso só será feito quando as aulas presenciais retornarem. Mas precisam das aulas pela internet para estudarem os outros conteúdos. Nós, mães, não queremos saber das pesquisas, e sim que os filhos possam estudar em casa, enquanto as aulas não voltam”.

A mãe afirmou ser lamentável o descaso do instituto com os alunos em não oferecer aulas online. “Eu entendo que o momento é difícil, em que as escolas foram fechadas por conta da pandemia. Mas muitas estão dando aulas pela internet. Eu me pergunto como um instituto, que é federal, do porte do IFF, não possuir condições de ter essas plataformas. Acho um descaso sim. Porque estamos preocupadas com o aprendizado dos nossos filhos, que neste ano, já perderam todo o conteúdo”.

Outra mãe de aluno, Kamila Prado, e que tem um filho aluno do curso técnico de elétrico mecânica, também está preocupada pelo fato do filho não estar estudando nem pela internet. “Eu também acho um descaso, porque ninguém fala nada. Meu filho está sem estudar desde o início da pandemia. Ele tenta ver com outro aluno, mas sem o acesso às aulas virtuais não consegue acompanhar. Acho que ele já perdeu o ano. Eu entendo a situação da pandemia, a suspensão das aulas, mas o IFF age como acontecia quando eram realizadas as greves”.

Jussara da Silva Grativol, também mãe de um aluno que iniciaria o curso de eletrônica neste ano, também afirmou estar preocupada com a possibilidade do filho perder o ano e reclamou do descaso por parte do instituto. “Eu entendo até que o IFF já esteja acostumado a suspender aulas devido às greves, que duravam, no máximo, dois meses. Estamos cinco meses em isolamento e nós, mães, é que temos que procurar o instituto. Só se pronunciaram uma única vez referente ao Bolsa Alimentação. Depois, recebi mensagens do instituto informando que um grupo seria criado, eu achei que fosse para os alunos terem aulas online, mas era para uma pesquisa e até agora nada foi feito. E como mãe realmente fico muito preocupada e, mesmo retornando, eu queria saber como vai ficar o ano letivo deles. Porque já estamos em agosto, o ano está acabando e precisamos saber como será a reposição das aulas”.

Resposta do IFF (Instituto Federal Fluminense) Campus de Macaé

Segundo a Diretora de Ensino do Campus Macaé do IFF (Instituto Federal Fluminense), Susan de Cássia Alexandre, o instituto está realizando consulta à comunidade sobre a reabertura do calendário letivo e o ensino remoto emergencial.  A consulta, segundo Susan de Cássia, faz parte do processo de construção das diretrizes para a reabertura do calendário letivo, tendo em vista o ensino remoto emergencial, após a realização de audiências temáticas.

A Prensa contatou a direção do IFF, que não emitiu nota oficial, mas sim encaminhou à reportagem links de matérias jornalísticas para explicar o andamento das pesquisas (leia matéria).  De acordo com a diretora, com base nessas discussões contidas na reportagem, cursos vão definir ainda em agosto as atividades on line que serão oferecidas a partir de setembro e que será elaborado um documento orientador, com base nas discussões desses 12 temas, informados na primeira reportagem.

Comunidade vai debater viabilidade de reabertura do calendário letivo do IFF (leia matéria). A direção do Campus de Macaé informou que as audiências já foram realizadas e que o próximo processo é retomar o calendário letivo e o ensino remoto emergencial.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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