Rafael Peçanha anunciou que fiscalizará “de perto” o que chamou de “barganha eleitoreira” na escolha do novo secretário de saúde de Adriano Moreno
Na semana passada Cabo Frio viu assumir mais uma vez um novo nome para ficar à frente da Secretaria de Saúde do município, dessa vez é o ex-deputado Iranildo Campos, uma indicação do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC). O vereador Rafael Peçanha (PDT) no mesmo dia do anúncio da chegada do novo secretário, se manifestou:
“A recente nomeação do novo secretário de saúde de Cabo Frio parece apontar para um conluio político-eleitoral entre o prefeito, o governador e a máfia das O.S.’s (Organizações Sociais) no estado do Rio de Janeiro.”, afirmou.
A sigla OS significa “Organizações Sociais” .e trata-se de uma espécie de terceirização dos serviços. O poder público transfere a terceiros a responsabilidade de ofertar determinado serviço com maior participação e controle social sob o argumento de que esse serviço será ofertado de forma mais eficiente, mais econômica e mais eficaz.
O modelo foi criado na década de 90 dentro do processo de criação de políticas que tinham o objetivo de implantar no Brasil o chamado “Estado Mínimo”. Um sistema que enxerga o setor público como um problema e coloca a coordenação da economia na mão do mercado, inclusive Saúde e Educação. Há indícios de que uma organização assim está para ser implantada no município.
“Declaro à população de Cabo Frio que votei contra o projeto do governo que permite essa prática na nossa cidade. A partir de hoje, estarei coletando todos os dados sobre essa barganha eleitoreira com dinheiro do povo e às custas do sucateamento ainda maior do que já é muito ruim: a saúde de Cabo Frio. São vidas humanas se perdendo por causa da ganância dessa gente. Estarei na luta contra esse absurdo até o fim.”, acrescentou o vereador de Cabo Frio.
Sendo o quarto secretário de saúde em menos de dois anos no Governo de Adriano Moreno (DEM), o primeiro “não técnico”, todos os anteriores eram médicos, Iranildo, no entanto, não é novato no setor. Foi por duas vezes secretário de saúde em São João de Meriti, onde também foi vice-prefeito. No período em que esteve à frente da pasta em São João, foi acusado pelo Ministério Público Federal de superfaturar a compra de ambulâncias. O caso foi apurado pela CPI dos Sanguessugas. Iranildo na época se declarou inocente.