A Frente Feminista Búzios realizou no último sábado (25) a roda de conversa ‘E se Búzios fosse feminista’. O encontro aconteceu na Praça da Ferradura, pela manhã, e reuniu cerca de 100 mulheres debatendo assuntos da pauta feminista. A Frente se organizou depois do ato na Câmara da cidade, em relação a moção de repúdio à ADP 422 que trata da descriminalização do aborto.
Foram vários temas abordados, como a descriminalização do aborto, violência contra a mulher, violência obstétrica, história do feminismo, escola sem partido, educação sexual nas escolas, a ação dos agentes da lei nos protocolos contra violência às mulheres, entre outros.
“Se fossemos ouvidas e não tomassem decisões sobre os nossos corpos sem nos consultar? Imagina andar sem medo pelas ruas da cidade e ver hospitais públicos funcionando, maternidades equipadas, creches e escolas a todo vapor, cultura espalhada pelas praças. Imagina nenhuma mulher sendo julgada por conta da sua cor, de sua roupa, seu jeito, sua religião ou sua orientação sexual. Agora imagina encontrar pessoas que querem a mesma coisa?”, estava no convite para a Roda, organizado pela Frente e foram mesmo os temas abordados pelas mulheres reunidas.
A ideia do encontro foi uma iniciativa coletiva, para propor uma cidade onde respeitem e valorizem as mulheres, e principalmente não as excluam das decisões com políticas públicas.
O QUE ROLOU
Tendo Camila Raupp, comunicadora, feminista e representante do setorial de mulheres do PSOL em Búzios como mestre de cerimonia, a roda discutiu temas como a História do Feminismo, que foi abordado por Sol Oliveira, que se definiu como uma operária que lê, A luta das Mulheres Negras na atual conjuntura, com a Pétala Córmann, 19 anos, do movimento estudantil e o Movimento de Mulheres da Região dos Lagos, Movimento Olga Benário, e também militante da Unidade Popular; Enfrentamento da violência contra as mulheres, com a Larissa Rolim, empreendedora social no setor de artesanato. Participa da Associação de Cultura Popular de Armação dos Búzios, com foco nas culturas tradicionais quilombola e caiçara. Faz parte da ala Esquerda Pra Valer no PSDB.
Descriminalização do Aborto com a educadora , coordenadora do setorial regional de mulheres do PSOL na Região dos Lagos, Carolina Werkhaizer, Violência Obstétrica, com Beatriz Souza, Doula desde 2015, com assistência a gestação, parto e pós-parto. Coordenou rodas sobre gestação, parto e maternagem de 2014 a 2017 na cidade de Búzios.
Violência Doméstica e lei Maria da Penha, com Anny Figueiredo, Bacharel em Direito, sindicalista, PeTista, CUTista, integrante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM-RJ), do Movimento Negro Unificado (MNU) e do Coletivo Freedom Búzios.
Drogas e Encarceramento, com Heve Barros, Feminista filiada à Articulação de Mulheres Brasileiras. Ativista pelo Psol. Psicanalista; Psico e Sociodramatista; Terapeuta de Família e Casal com clínica há 38 ha anos no Rio de Janeiro. Em Búzios, na AMAB (Associação de Mulheres de Armação dos Buzios), desenvolve o Programa CAVAD (Centro de Atenção à Violência e ao uso danoso de Álcool e outras Drogas) desde 2005.
Larissa Schmitt é escritora de 14 anos, estudante da rede municipal de ensino de Búzios, feminista e ativista apresentou seus apontamentos, baseados na sua experiência como aluna do nono ano em um colégio municipal, sobre a PL 0025/2017 que “proíbe” a educação sexual nas escolas da rede municipal buziana.
Stephanie Cabral – Estudante do Colégio Estadual João de Oliveira Botas, em Búzios, e militante da Unidade Popular (UP), falou sobre a lei aplicada em Búzios baseada no projeto Escola Sem Partido.
Mulheres e Justiça Ambiental, com Anna Bina, mãe, cidadã indignada, apagadora de fogo, comunicadora social, Movimentos SOS Dunas do Peró e SOS Mangue de Pedra, também militante do PSOL. Acredita na construção conjunta de uma rede de comunicação cidadã.
Também teve fala Jullia Turrini , primeira mulher a se candidatar ao Congresso Nacional pelo PSOL em Cabo Frio. Formada em Ciências Sociais com mestrado em Educação pela UFF esteve na luta por uma educação pública, gratuita e emancipatória.
Justiça e defesa da mulher, com Marcelo Morel, único homem a ter a palavra, Agente da lei. Único homem que teve lugar de fala por atuar como agente em casos de violência conta a mulher.
Ao final foram aberta inscrições para outras mulheres pudessem também expressar seus pensamentos sobre os temas abordados.
A Frente vai organizar um próximo evento no mês de setembro, possivelmente na Praça do INEF na Rasa, com detalhes ainda a serem definidos. As organizadoras convidam às mulheres de Búzios a somarem na Frente e curtirem a página no Facebook – Frente Feminista de Búzios.
No link – Clique aqui – estão todas as fotos e vídeos do evento feitas pela fotógrafa Karol Bastos
