Dia 19 de junho, segundona. Dia semi – morto na Região dos Lagos, de trabalhadores indo e vindo, estudantes chegando e voltando e a maioria dos bares fechados. Menos o Bar do Nicola, que abrigou a primeira edição do Sarau Revira – Volta.
Uma iniciativa de Fabio Emecê (eu) e Rapha Ferreira, fruto de conversas sobre a necessidade de ampliar o circuito artístico regional para se expor e propor arte de gente que não aparece e e nem expõe em lugar nenhum, por inúmeras questões, inclusive por não se ter espaço.
Do convencimento do dono do Bar (Nicola) a formação da trupe foram vários goles e expectativas, até porque a proposta não era exatamente inovadora, fazer um sarau num bar, mas diante dos espaços que acreditam que se pode fazer arte, o bar nunca vai ser considerado nobre. Que se exploda, ia ser ali mesmo.
Chegou o dia e estávamos nervosos, vigiando pra ver se as pessoas viriam. A trupe se reúne, firma a ideia da comunidade como força e pronto, começamos. Nossa, as pessoas foram chegando, agregando e a cada rodada, os poemas, as interpretações, as vontades iam sendo colocados à tona e bem colocadas.
Uma das propostas era fazer o movimento do verbo, mostrar que a fala e seu entendimento é capaz de nos tirar do eixo e sairmos melhores e mais dispostos para as tarefas do dia a dia. Proposta alcançada com louvor, além dos sorrisos e a cumplicidade, que só um sarau pode proporcionar.
Leitura, performance, cerveja gelada e arte. O bar do Nicola agregou isso tudo numa segunda e quem foi, saiu satisfeito e feliz. O sarau revira – volta veio pra nos revirar, tirar do lugar comum e se começar a perceber que precisamos de outras ideias e formas de interação. A gente revira e volta, fortalecendo a autonomia, a solidariedade e a troca.
Exagero de entusiasta o relato, mas se quiserem conferir, dia 31 de julho, segunda feira, as 18h30 é o próximo. Quem vamos?