O segundo dia de desfiles das escolas do Grupo Especial do Carnaval carioca apresentou ao público mais seis agremiações com histórias da cultura popular e personagens que renderam espetáculo único. Paraíso do Tuiuti, Portela, Unidos de Vila Izabel, Imperatriz Leopoldinense, Beija-Flor e Viradouro cruzaram a Marquê de Sapucaí nesta noite de segunda (20) e madrugada de terça-feira (21).
A Paraíso do Tuiuti abriu os desfiles com o enredo “Mongangueiro da Cara Preta”, enredo que desbrava a história da origem dos búfalos do país. A escola trouxe a rainha de bateria, Mayara Lima, que ficou conhecida quando era ainda princesa, e viralizou nas redes sociais com um vídeo dela acompanhando com o corpo a parada da bateria. Além da rainha viralizada participaram do desfile, a cantora Fafá de Belém e do artista popular Mestre Damasceno. Tuiuti foi fundada em 1952.
A Portela, que completa 100 anos em 2023, trouxe o enredo “O azul que vem do infinito” contando a história da maior campeã do Carnaval carioca, com 22 títulos. Logo no início do desfile, drones escreveram no céu o nome ‘Portela’, e os nomes de grandes portelenses como Dona Ivone Lara e Paulo da Portela. No carro abre-alas, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira, Paulinho da Viola e Tia Surica.
A rainha de bateria, Bianca Monteiro, acompanhada das lendárias ocupantes do posto anteriormente, Adriane Galisteu, Edcléa Nunes, Luiza Brunet e Sheron Menezzes ofereceram belza, emoção e simpatia durante o desfile. Ícaro Silva representou Paulo da Portela. Infelizmente, por conta de um problema em um dos carros que abriu um buraco na evolução da escola., houve muita tensão.
A Vila Isabel entrou na avenida próximo de 1h com o samba tradiciona da escola, que apresentou o enredo “Nessa festa, eu levo fé”, do carnavalesco Paulo Barros. A escola apresentou as celebrações de origem religiosa que há séculos fazem parte da cultura brasileira.
A rainha de bateria, Sabrina Sato, retornando ao posto, provocou uma catarse na avenida com a fantasia que representava a fertilidade e, portanto, a vida, nas flores coloridas que enfeitaram a musa.
O enredo da Imperatriz Leopoldinense, quarta escola a desfilar na Marquê de Sapucaí contou a história de Lampião e sua saga pós morte. “O aperreio do cabra que o Excomungado tratou com má-querença e o Santíssimo não deu guarida” emocionou com alegorias e fantasias luxuosas. A bateria do Mestre Lolo, com arranjos, paradinha e forró, o samba foi pesado na Avenida e empolgou o público e os componentes. A filha de Maria Bonita e Lampião, com 90 anos, estava no último carro da escola.
A Beija-Flor, vencedora do estandarte de ouro de 2023, levou para a avendia o enredo “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência”. Logo no início do desfile, um susto, um dos carros teve um princípio de incêndio que logo foi controlado pelos bombeiros. A cantora Ludmila fez sua estreia, ao lado de Neguinho da Beija-Flor, como intérprete do sama-enredo, que canta a indepêndencia da Bahia, que ocorreu em 1823, e fez um passeio pelo combate ao racismo, a luta indígena, feminista e os movimentos por moradia.
Encerrando do desfiles em 2023, a Viradouro apresentou a ao público a vida e obra de ‘Rosa Maria Egipcíaca’, ou Rosa Courana.Em seis momentos durante o desfile, a escola contou de forma cronológica a história da mulher negra africana e escravizada, considerada santa e com dons premonitórios, devota de Sant’Anna e que deixou uma tesouro, o livro “Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas”, considerado o primeiro a ser escrito por uma mulher negra no Brasil.