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Salvem Juju: Como milhares de pessoas se mobilizaram para salvar minha porca de estimação

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Tem dias que parece que não deveríamos ter levantado da cama. A última terça-feira (24) foi um dia desses quando descobri que minhas matérias iam continuar atrasadas porque meu computador teria que ir para o técnico pela segunda vez em 3 dias. Naquele dia passei a manhã na loja de informática, a tarde corri para Cantagalo, a área rural de Rio das Ostras para apurar uma pauta para o Prensa de Babel e cheguei em casa umas 19h quando recebi a notícia que foi, praticamente, um soco no estomago.

O Departamento de Saúde Pública de Rio das Ostras tinha passado mais uma vez mais na minha casa e, enquanto nem eu ou meus pais, Tânia e Gilberto, estávamos, deixou uma intimação afirmando que nossa porca de estimação, uma mini pig chamada Juju, deveria ir para uma área rural ou seria apreendida pelo município.

Depois do desespero inicial, muitas lágrimas, xingamentos e maldições, partimos para tentar fazer algo de concreto para tirar Juju de casa. Ligamos para todos os amigos e conhecidos que possuíam sítios para saber se alguém se dispunha a hospedar Juju enquanto tentássemos as vias legais.

Foi nesse momento que resolvi respirar e pensar. Eu era uma profissional da comunicação e uma jornalista. Podia até não ter anos de experiência na bagagem, mas conhecia o ‘poder das redes sociais’, tinha muitos contatos e milhares de amigos que eram loucos por todos os tipos de animais.  Precisei de 15 minutos para escrever a publicação do Facebook, escolher as fotos e vídeos mais engraçados da Juju que tinha no celular (estava sem computador no momento, para lembrar a todos) e bolar umas hashtags.

O texto publicado nas redes foi escrito e carregado de frustração por vários motivos. Por conta de denúncias de vizinhos enxeridos, por conta da falta de entendimento de fiscais municiais que pecam na hora de interpretar as leis, por conta do meu computador não estar funcionado e as ferramentas disponíveis no momento eram limitadas.

Publiquei o texto por volta das 23h do dia 24 de abril. Compartilhei a publicação em todos os grupos de animais que fazia parte, marquei todos os amigos que gostavam de animais. Mas marquei também todos os amigos jornalistas, repórteres, produtores, editores da imprensa local que tinha nas minhas redes. Os políticos da região que também possuía no Facebook também foram taggeados. Nesse momento, o profissional se misturou um pouco com o pessoal. Mas não posso dizer que me arrependo.

Liguei para alguns ativistas da região, como a Bianca Curci, que conhecia também. Muitos entraram em contato comigo sozinhos. Só tenho a agradecer a todos pela ajuda.

Fui dormir as 5h da manhã de quarta-feira.

Quando acordei as 8h a publicação já tinha mais de 1.300 curtidas e 700 compartilhamentos. Comecei a ligar para os veterinários que atendem meus animais para providenciar laudos médicos e outros documentos.

Recorri também a minha agenda de contatos e comecei a ligar para todos os conhecidos, secretários municipais, veterinários amigos e protetores do município. Afinal, alguém poderia conhecer alguma pessoa que poderia interceder pelo caso da Juju, não é?

Nesse meio de tempo, também estava voltando ao técnico para revisar meu computador que, desde sábado, ainda não estava funcionando. O trabalho não pode parar e minhas matérias já apuradas não iam se escrever sozinhas.

Às 13h do dia 25 (quarta-feira) a publicação já estava com quase 3 mil curtidas e mil compartilhamentos e a petição criada com mais de 6 mil assinaturas. Consegui ir para casa almoçar e iria logo depois para a Prefeitura abrir um protocolo como o Secretário de Meio Ambiente e Agricultura, Ivan Noé, tinha me recomendado naquela manhã quando liguei para ele.

Aproximadamente 15h, chegaram à minha casa o coordenador de Vigilância em Saúde de Rio das Ostras, Marcelo Barelli e chefe da Vigilância Ambiental, Amarildo Rios, ambos da Fiscalização da Saúde de Rio das Ostras.

Repetimos o que dizemos aos ficais anteriormente: Que a Juju era uma porca de estimação e apesar de seu tamanho era sim considerada uma mini porca. Apresentamos as guias de vacinação e mostramos o quintal a eles. Ambos consideraram o local exemplar e a documentação suficiente. E admitiram que não conheciam mini porcos de estimação, principalmente no município.

Nesse momento, um dos coordenadores atendeu o telefone e afirmou que o atual prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar, estaria se encaminhando para minha casa, junto com seu vice, Zezinho Salvador, e uma equipe da Assessoria de Comunicação do município.

Muito simpático, Carlos Augusto assumiu que teria sido um total equívoco a questão da ameaça de apreensão de Juju e que o assunto estaria totalmente resolvido. A intimação estaria cancelada e pronto.

Barelli e Rios confirmaram a afirmação e complementaram que eu e minha família deveríamos iniciar um protocolo na Prefeitura fornecendo diversas informações sobre cuidados, vacinas e método de criação sobre Juju para que o município esteja ciente do caso. Esses documentos também seriam arquivados junto ao processo iniciado no momento da denúncia do vizinho e posteriormente arquivado.

A veterinária dos meus animais, inclusive da Juju, Carolina Augusta, que chegou junto com os gestores municiais também confirmou todas as afirmações sobre a qualidade de vida, saúde e limpeza do ambiente que Juju vive, além da falta de perigo que ela representa para a Saúde Pública. Confirmando também que se trata de uma porca de estimação.

Gravamos uma pequena entrevista para a Prefeitura e finalizamos. A visita durou cerca de meia hora, mas tirou um peso gigante do meu coração. Só falta oficializarmos tudo. Espero a melhor resolução possível.

Nesta sexta-feira (27), ao meio dia, o post original chegou a mais de 5 mil curtidas, 5.600 compartilhamentos e 692 comentários. Recebemos tantas mensagens privadas e ligações que não conseguimos dar atenção a todos.

Tudo isso rendeu três matérias para a imprensa local e uma para a nacional.

Mas o melhor de tudo é que a Juju continua aqui em casa. Aproveitando sua banheira, tomando seu solzinho da manhã e comendo os chuchus que separei para ela esses dias.

Acho que ela nem reparou que mobilizou toda Rio das Ostras e pessoas de vários estados do Brasil.

Ainda bem, não é? Ela é só uma porquinha.

Obrigada a todos que ajudaram e torceram. <3

Obrigada também ao prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar, e vice-prefeito, Zezinho Salvador, pela simpatia e consideração conosco e com a Juju. E pela humildade em assumir o mal entendido. A Barrelli e Rios, da Saúde, pela cordialidade, pelas explicações dos procedimentos da fiscalização municipal e pelo acompanhamento do caso. Agradeço a vocês também.

 

 

A propósito, meu computador ainda está quebrado. Mesmo depois de três visitas ao técnico. Mas não podemos ganhar todas, não acham?

Salvem Juju: Como milhares de pessoas se mobilizaram para salvar minha porca de estimação

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Tem dias que parece que não deveríamos ter levantado da cama. A última terça-feira (24) foi um dia desses quando descobri que minhas matérias iam continuar atrasadas porque meu computador teria que ir para o técnico pela segunda vez em 3 dias. Naquele dia passei a manhã na loja de informática, a tarde corri para Cantagalo, a área rural de Rio das Ostras para apurar uma pauta para o Prensa de Babel e cheguei em casa umas 19h quando recebi a notícia que foi, praticamente, um soco no estomago.

O Departamento de Saúde Pública de Rio das Ostras tinha passado mais uma vez mais na minha casa e, enquanto nem eu ou meus pais, Tânia e Gilberto, estávamos, deixou uma intimação afirmando que nossa porca de estimação, uma mini pig chamada Juju, deveria ir para uma área rural ou seria apreendida pelo município.

Depois do desespero inicial, muitas lágrimas, xingamentos e maldições, partimos para tentar fazer algo de concreto para tirar Juju de casa. Ligamos para todos os amigos e conhecidos que possuíam sítios para saber se alguém se dispunha a hospedar Juju enquanto tentássemos as vias legais.

Foi nesse momento que resolvi respirar e pensar. Eu era uma profissional da comunicação e uma jornalista. Podia até não ter anos de experiência na bagagem, mas conhecia o ‘poder das redes sociais’, tinha muitos contatos e milhares de amigos que eram loucos por todos os tipos de animais.  Precisei de 15 minutos para escrever a publicação do Facebook, escolher as fotos e vídeos mais engraçados da Juju que tinha no celular (estava sem computador no momento, para lembrar a todos) e bolar umas hashtags.

O texto publicado nas redes foi escrito e carregado de frustração por vários motivos. Por conta de denúncias de vizinhos enxeridos, por conta da falta de entendimento de fiscais municiais que pecam na hora de interpretar as leis, por conta do meu computador não estar funcionado e as ferramentas disponíveis no momento eram limitadas.

Publiquei o texto por volta das 23h do dia 24 de abril. Compartilhei a publicação em todos os grupos de animais que fazia parte, marquei todos os amigos que gostavam de animais. Mas marquei também todos os amigos jornalistas, repórteres, produtores, editores da imprensa local que tinha nas minhas redes. Os políticos da região que também possuía no Facebook também foram taggeados. Nesse momento, o profissional se misturou um pouco com o pessoal. Mas não posso dizer que me arrependo.

Liguei para alguns ativistas da região, como a Bianca Curci, que conhecia também. Muitos entraram em contato comigo sozinhos. Só tenho a agradecer a todos pela ajuda.

Fui dormir as 5h da manhã de quarta-feira.

Quando acordei as 8h a publicação já tinha mais de 1.300 curtidas e 700 compartilhamentos. Comecei a ligar para os veterinários que atendem meus animais para providenciar laudos médicos e outros documentos.

Recorri também a minha agenda de contatos e comecei a ligar para todos os conhecidos, secretários municipais, veterinários amigos e protetores do município. Afinal, alguém poderia conhecer alguma pessoa que poderia interceder pelo caso da Juju, não é?

Nesse meio de tempo, também estava voltando ao técnico para revisar meu computador que, desde sábado, ainda não estava funcionando. O trabalho não pode parar e minhas matérias já apuradas não iam se escrever sozinhas.

Às 13h do dia 25 (quarta-feira) a publicação já estava com quase 3 mil curtidas e mil compartilhamentos e a petição criada com mais de 6 mil assinaturas. Consegui ir para casa almoçar e iria logo depois para a Prefeitura abrir um protocolo como o Secretário de Meio Ambiente e Agricultura, Ivan Noé, tinha me recomendado naquela manhã quando liguei para ele.

Aproximadamente 15h, chegaram à minha casa o coordenador de Vigilância em Saúde de Rio das Ostras, Marcelo Barelli e chefe da Vigilância Ambiental, Amarildo Rios, ambos da Fiscalização da Saúde de Rio das Ostras.

Repetimos o que dizemos aos ficais anteriormente: Que a Juju era uma porca de estimação e apesar de seu tamanho era sim considerada uma mini porca. Apresentamos as guias de vacinação e mostramos o quintal a eles. Ambos consideraram o local exemplar e a documentação suficiente. E admitiram que não conheciam mini porcos de estimação, principalmente no município.

Nesse momento, um dos coordenadores atendeu o telefone e afirmou que o atual prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar, estaria se encaminhando para minha casa, junto com seu vice, Zezinho Salvador, e uma equipe da Assessoria de Comunicação do município.

Muito simpático, Carlos Augusto assumiu que teria sido um total equívoco a questão da ameaça de apreensão de Juju e que o assunto estaria totalmente resolvido. A intimação estaria cancelada e pronto.

Barelli e Rios confirmaram a afirmação e complementaram que eu e minha família deveríamos iniciar um protocolo na Prefeitura fornecendo diversas informações sobre cuidados, vacinas e método de criação sobre Juju para que o município esteja ciente do caso. Esses documentos também seriam arquivados junto ao processo iniciado no momento da denúncia do vizinho e posteriormente arquivado.

A veterinária dos meus animais, inclusive da Juju, Carolina Augusta, que chegou junto com os gestores municiais também confirmou todas as afirmações sobre a qualidade de vida, saúde e limpeza do ambiente que Juju vive, além da falta de perigo que ela representa para a Saúde Pública. Confirmando também que se trata de uma porca de estimação.

Gravamos uma pequena entrevista para a Prefeitura e finalizamos. A visita durou cerca de meia hora, mas tirou um peso gigante do meu coração. Só falta oficializarmos tudo. Espero a melhor resolução possível.

Nesta sexta-feira (27), ao meio dia, o post original chegou a mais de 5 mil curtidas, 5.600 compartilhamentos e 692 comentários. Recebemos tantas mensagens privadas e ligações que não conseguimos dar atenção a todos.

Tudo isso rendeu três matérias para a imprensa local e uma para a nacional.

Mas o melhor de tudo é que a Juju continua aqui em casa. Aproveitando sua banheira, tomando seu solzinho da manhã e comendo os chuchus que separei para ela esses dias.

Acho que ela nem reparou que mobilizou toda Rio das Ostras e pessoas de vários estados do Brasil.

Ainda bem, não é? Ela é só uma porquinha.

Obrigada a todos que ajudaram e torceram. <3

Obrigada também ao prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar, e vice-prefeito, Zezinho Salvador, pela simpatia e consideração conosco e com a Juju. E pela humildade em assumir o mal entendido. A Barrelli e Rios, da Saúde, pela cordialidade, pelas explicações dos procedimentos da fiscalização municipal e pelo acompanhamento do caso. Agradeço a vocês também.

 

 

A propósito, meu computador ainda está quebrado. Mesmo depois de três visitas ao técnico. Mas não podemos ganhar todas, não acham?

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