Em dezembro, o trabalhador brasileiro deveria receber quase quatro vezes o valor do atual do salário mínimo (R$998) para conseguir manter a sua família, consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. A informação foi dada no último informativo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), após realizar o último levantamento do ano de 2018 dos valores das cestas básicas nas principais capitais do país.
Em dezembro de 2018, o maior custo do conjunto de bens alimentícios básicos foi apurado em São Paulo (R$ 471,44), seguido por Rio de Janeiro (R$ 466,75), Porto Alegre (R$ 464,72) e Florianópolis (R$ 457,82). Os menores valores médios foram observados em Recife (R$ 340,57), Natal (R$ 341,40) e Salvador (R$ 343,82).
Diante desses valores, o trabalhador teve que trabalhar uma média de 92 horas e 17 minutos para conseguir adquirir os produtos da cesta básica. Em dezembro de 2017, quando a pesquisa era feita em 21 capitais, a média foi de 86 horas e 04 minutos.
Aumentos durante o ano
Em 2018, o valor da cesta básica aumentou nas 18 capitais do país onde o DIEESE realizou mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de alimentos. As altas mais expressivas, entre dezembro de 2017 e 2018, foram registradas em Campo Grande (15,46%), Brasília (14,76%) e Belo Horizonte (13,03%). As menores variações positivas ocorreram em Recife (2,53%) e Natal (3,09%).
Em dezembro de 2018, os preços médios do leite integral, tomate, pão francês, carne bovina de primeira, arroz agulhinha e batata, pesquisada na região Centro-Sul, apresentaram aumento na maior parte das cidades pesquisadas, na comparação com dezembro de 2017. Já o café em pó e o açúcar tiveram taxas negativas na maioria das capitais.
Rio de Janeiro tem a 2º cesta básica mais cara – A cesta do Rio de Janeiro custou R$ 466,75 em dezembro de 2018, apresentando um aumento de 1,41% em relação a novembro. Foi o segundo maior valor da cesta básica entre as 18 capitais pesquisadas pelo DIEESE. Em 12 meses, a variação foi de 11,47%.
Entre novembro e dezembro, dos treze itens pesquisados, apenas três itens apresentaram variação negativa: leite (-5,33%), óleo (-0,80%) e café (-0,69%). Dentre os produtos que aumentaram de preço, destacam-se a batata (25,82%) e a banana (8,35%).
No Dos seis itens que registraram aumento, destacam-se o tomate (113,28%), a batata (17,18%) e o leite (14,78%).
Em dezembro de 2018, o trabalhador carioca cuja remuneração equivale ao salário mínimo necessitou, para aquisição da cesta, cumprir jornada de trabalho de 107 horas e 38 minutos. Em novembro, esta jornada foi de 106 horas e 08 minutos. Já em dezembro de 2017, foram necessárias 98 horas e 19 minutos.
O custo da cesta no Rio de Janeiro, em dezembro de 2018, comprometeu 53,18% do salário mínimo líquido (após os descontos previdenciários). Em novembro, o percentual exigido foi de 52,44%. Já em dezembro de 2017, demandou 48,57% do salário mínimo.