O primeiro embate entre os seis principais candidatos à presidência da República ocorreu neste domingo (28), na Band. Mesmo em minoria as candidatas mulheres, Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), não se abstiveram e emplacaram duras críticas ao atual presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de ocuparem o cargo de senadora pelo Mato Grosso do Sul e entrarem na disputa pelo Palácio do Planalto, ambas são advogadas e atuam em defesa da mulher. Elas se destacaram no primeiro confronto direto dos presidenciáveis. Tebet teve, inclusive, a melhor avaliação no debate presidencial, segundo a pesquisa qualitativa realizada pelo Datafolha, com 60 pessoas em tempo real.
Quem é Simone Tebet?
Simone Tebet tem 52 anos, é advogada e professora, nasceu em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Em 2002, aos 31 anos, elegeu-se Deputada Estadual pelo seu estado e em 2004 foi a primeira mulher eleita prefeita de Três Lagoas.
Em 2008, finalizou a votação reeleita prefeita, com 76% dos votos válidos. No Senado Federal, liderou a primeira bancada feminina da história e tornou-se presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher.
Foi também a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça, e a primeira mulher a disputar a presidência do Senado em 198 anos. Agora, tenta coordenar a “terceira via” nas eleições presidenciais junto com sua vice, Mara Gabrilli (PSDB).
Ela ganhou destaque nacional ao liderar um movimento feminista dentro da CPI da COVID no Senado Federal. A comissão, composta somente por homens, investigou a conduta do governo do presidente Bolsonaro no combate à pandemia. Tebet foi uma das senadoras, que, apesar de não ter cargo oficial na comissão, esteve presente na maioria das sessões e interrogando investigados.
Quem é Soraya Thronicke?
Até então desconhecida do grande público, Soraya Thronicke mostrou que tem muita garra e força de vontade. Ela tem 49 anos, é advogada, nascida em Dourados, no Mato Grosso do Sul, casada e tem um filho. Se elegeu como senadora no pleito de 2018 pelo estado do Mato Grosso do Sul. A entrada dela na política foi por ser militante, e chegou a organizar passeatas a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Thronicke foi uma das responsáveis por uma ação na Justiça contra o frigorífico JBS e conseguiu bloquear cerca de R $700 milhões da empresa envolvida num escândalo de corrupção. Além disso, foi uma das senadoras que estiveram na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Ela é aliada de Jair Bolsonaro (PL), apesar de muitas vezes ter posicionamentos contra o presidente, o que gerava dúvida na bancada governista.
Agora está na disputa ao Palácio do Planalto, e tem Marcos Cintra, que é ex-secretário da Receita Federal, como seu vice.
Manuela D’ Ávila avalia candidatas
A petista e ex-deputada federal, Manuela D’Ávila, fez uma avaliação do debate e destacou alguns pontos das candidatas mulheres:
“Teve Simone Tebet, buscando mostrar que existem pontos de conexão no discurso das feministas liberais e feministas progressistas (marxistas e de esquerda). Ela mandou muito bem em temas da participação da mulher e da violência sexual e física a qual somos submetidas no Brasil. Vai crescer um pouco. Mas a gente sabe que não existe como melhorar a vida das mulheres sem desenvolver o Brasil e sabemos que o modelo de desenvolvimento dela é muito diferente do nosso. Afinal, pra dar só um exemplo dos mais importantes para as mulheres brasileiras: Como garantir creches sem investimento público? Ela deixa claro como precisamos avançar no debate sobre feminismo popular”, destacou Manuela, continuando: “Teve Soraya levando o gol de placa de Lula (a sua empregada viu, o seu jardineiro viu). Chamando delegado, dizendo que vira onça e fabricando uns memes”.