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Após 22 horas de julgamento, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o Caso Marielle Franco e Anderson Gomes (GAECO/FTMA), obteve a condenação de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Lessa foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, enquanto Queiroz recebeu uma pena de 59 anos, 8 meses e 10 dias, pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A decisão foi anunciada na quinta-feira (31), após julgamento no IV Tribunal do Júri da Capital, com condenação também a uma indenização de R$ 706 mil para as famílias das vítimas.
Julgamento histórico no caso Marielle e Anderson
O coordenador da Força-Tarefa, promotor de Justiça Eduardo Morais, destacou o caráter histórico da decisão: “É um momento crucial para o Ministério Público ver a primeira denúncia de homicídio acolhida integralmente. Esperamos que as penas sejam cumpridas rigorosamente, garantindo justiça a este crime brutal.”, comentou. Luciano Mattos, procurador-geral de Justiça, esteve presente no plenário e reforçou a prioridade dada ao caso, que mobilizou uma força-tarefa de promotores para assegurar uma sentença justa e proporcional.
Sentença e impacto social
A juíza Lúcia Glioche, responsável pela leitura da sentença, enfatizou a dimensão do crime para as famílias e a sociedade: “A sentença não é apenas uma formalidade. Homicídios deixam um vazio indescritível. Toda a solidariedade do Judiciário vai para os familiares.”, explica. Ao mesmo tempo, a decisão busca mandar uma mensagem clara a todos, lembrando que atitudes como essas não são toleradas.
Processos e evidências apresentadas
A acusação foi acompanhada por um conjunto de provas extensas, incluindo um caderno com 207 páginas e imagens do local do crime, entregues ao Conselho de Jurados. No primeiro dia do julgamento, nove testemunhas foram ouvidas, entre elas, Fernanda Chaves, que estava no carro no momento do crime; Marinete Silva, mãe de Marielle; Mônica Benício, viúva da vereadora; e Ágatha Arnaus, viúva de Anderson.
Os réus, que foram presos em 2019 na Operação Lume, participaram do julgamento por videoconferência, em razão de sua detenção em presídios federais. Ronnie Lessa está encarcerado no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e Élcio de Queiroz, no Complexo da Papuda, em Brasília.
Busca por justiça e resposta à sociedade
O promotor Mário Lavareda, em seu discurso ao Conselho de Sentença, enfatizou a necessidade de uma resposta firme da Justiça: “O Ministério Público e as vítimas pedem que os senhores condenem e deem uma resposta que mostre que esse tipo de crime não é aceitável no Rio de Janeiro.” O processo contou com quase 14 mil páginas, dividido em 68 volumes e 58 anexos, consolidando uma longa jornada na busca por justiça.
A condenação de Lessa e Queiroz representa um marco no caso que comoveu o país, reafirmando o compromisso do sistema judiciário com a segurança e os direitos dos cidadãos, além de fortalecer a luta contra o crime organizado em uma questão que ressoa em toda a sociedade.