O desdobramento do caso Marielle Franco ganha um novo capítulo com a revelação de que o acordo de delação premiada do policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ser o executor dos disparos que resultaram na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, está em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A situação sugere que o mandante do crime possui foro privilegiado, indicando seu envolvimento em cargos públicos.
O foro privilegiado é um direito concedido a autoridades que ocupam cargos públicos, proporcionando um julgamento específico e restrito a instâncias judiciais determinadas, o que difere do processo aplicado a cidadãos em geral.
Indicações sobre o mandante e foro privilegiado
A tramitação do acordo de delação premiada de Ronnie Lessa no STJ levanta suspeitas sobre o possível mandante do crime contra Marielle Franco e Anderson Gomes. O foro privilegiado, nesse contexto, sugere que essa figura desempenha um papel em uma instituição pública.
Entre os nomes mencionados nas investigações do assassinato da vereadora está o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, conforme reportagem do colunista Guilherme Amado do Metrópoles.
Domingos Brazão já foi citado anteriormente em relação ao caso Marielle e chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por obstrução à Justiça em setembro de 2019. No entanto, em março do ano passado, a Justiça do Rio de Janeiro rejeitou a acusação contra Brazão.
Atualmente, a delação de Ronnie Lessa no caso Marielle ainda aguarda homologação pelo STJ. O acordo, revelado pelo colunista Lauro Jardim do jornal O Globo, promete trazer novas informações e, após quase seis anos, pode finalmente esclarecer o mistério em torno do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.